1. (Unesp) Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo. […] um corpo moral e coletivo, composto de tantos membros quantos são os votos da assembleia […]. Essa pessoa pública, que se forma, desse modo, pela união de todas as outras, tomava antigamente o nome de cidade e, hoje, o de república ou de corpo político, o qual é chamado por seus membros de Estado […].
(Jean-Jacques Rousseau. Os pensadores, 1983.)
O texto, produzido no âmbito do Iluminismo francês, apresenta a doutrina política do
a) coletivismo, manifesto na rejeição da propriedade privada e na defesa dos programas socialistas de estatização.
b) humanismo, presente no projeto liberal de valorizar o indivíduo e sua realização no trabalho.
c) socialismo, presente na crítica ao absolutismo monárquico e na defesa da completa igualdade socioeconômica.
d) corporativismo, presente na proposta fascista de unir o povo em torno da identidade e da vontade nacional.
e) contratualismo, manifesto na reação ao Antigo Regime e na defesa dos direitos de cidadania.
2. (Ufms) Karl Marx foi um filósofo alemão que se destacou ao desenvolver um método de análise que ficou conhecido como materialismo histórico. Para Marx, a dimensão econômica era a base da sociedade. Para explicá-la, Marx analisou a sociedade do ponto de vista produtivo, os chamados “modos de produção”.
A respeito do modo de produção escravista, segundo as ideias de Marx, assinale a alternativa correta.
a) Era caracterizado por religião primitiva; organização comunitária; propriedade coletiva, sem classes sociais; as forças produtivas baseadas no cultivo da terra, caça e colheita.
b) Era caracterizado por uma religião de Estado; impérios centralizados; senhores x escravos; e cultivo da terra com base na escravidão.
c) Era caracterizado por uma religião primitiva; impérios centralizados; senhores x escravos; e cultivo da terra com base na escravidão.
d) Era caracterizado por uma religião de Estado; impérios centralizados; estados x escravos; propriedade estatal; e escravidão.
e) Era caracterizado pela religião católica; poder descentralizado; senhores x servos; cultivo da terra; e arrendamento.
PLATAFORMA DE HUMANAS PARA VESTIBULARES
GABARITAGEO
3. (Unesp) Do nascimento do Estado moderno até a Revolução Francesa, ou seja, do século XVI aos fins do século XVIII, a filosofia política foi obrigada a reformular grande parte de suas teses, devido às mudanças ocorridas naquele período. O que se buscou na modernidade iluminista foi fortalecer a filosofia em uma configuração contrária aos dogmas políticos que reforçavam a crença em uma autoridade divina.
(Thiago Rodrigo Nappi. “Tradição e inovação na teoria das formas de governo: Montesquieu e a ideia de despotismo”. In: Historiæ, vol. 3, no 3, 2012. Adaptado.)
O filósofo iluminista Montesquieu, autor de Do espírito das leis, criticou o absolutismo e propôs
a) a divisão dos poderes em executivo, legislativo e judiciário.
b) a restauração de critérios metafísicos para a escolha de governantes.
c) a justificativa do despotismo em nome da paz social.
d) a obediência às leis costumeiras de origem feudal.
e) a retirada do poder político do povo.
4. (Enem PPL) Tomemos o exemplo de Sócrates: é precisamente ele quem interpela as pessoas na rua, os jovens no ginásio, perguntando: “Tu te ocupas de ti?” O deus o encarregou disso, é sua missão, e ele não a abandonará, mesmo no momento em que for ameaçado de morte. Ele é certamente o homem que cuida do cuidado dos outros: esta é a posição particular do filósofo.
FOUCAULT, M. Ditos e escritos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.
O fragmento evoca o seguinte princípio moral da filosofia socrática, presente em sua ação dialógica:
a) Examinar a própria vida.
b) Ironizar o seu oponente.
c) Sofismar com a verdade.
d) Debater visando a aporia.
e) Desprezar a virtude alheia.
5. (Espm) No século XIII surgiu a Escolástica, corrente filosófica que, a partir de então, dominou o pensamento medieval.
(Rubim Santos Leão de Aquino. História das Sociedades: das Comunidades Primitivas às Sociedades Medievais)
A Escolástica:
a) teve em Santo Agostinho seu maior expoente e era teocêntrica;
b) teve em Alberto Magno seu maior expoente e refutava o teocentrismo, pregando o antropocentrismo;
c) teve em Tomás de Aquino seu principal expoente e foi uma tentativa de harmonizar a razão com a fé;
d) considerava que a razão podia proporcionar uma visão completa e unificada da natureza ou da sociedade;
e) pregava o recurso racional da força, sendo este mais importante do que o exercício da virtude ou da fé.
6. (Espm) No século XV, o florescimento do Humanismo já atingiu níveis maduros de expressão e de difusão na Europa Ocidental, sobretudo na península italiana, que é sem dúvida o berço de um despertar cultural extraordinário de natureza poliédrica e pluridisciplinar.
(Umberto Eco. Idade Média: Explorações, Comércio e Utopias)
Quanto ao Humanismo é correto assinalar:
a) era a filosofia aplicada à teologia e questionou problemas doutrinais que a Igreja Católica ainda não tinha discutido;
b) recomendava o exame crítico das autoridades escolásticas, a observação da natureza, a experiência e a experimentação como caminhos para o conhecimento;
c) era um movimento cultural caracterizado por um interesse apaixonado pela Antiguidade Clássica greco-latina;
d) era um movimento religioso, formado por leigos, que pregava os ensinamentos evangélicos, o convívio em família e o estilo austero de vida;
e) era uma concepção de mundo que afirmava que as formas de saber e de verdade estavam expostas no Novo Testamento, nas escrituras sagradas e nos ensinamentos dos teóricos da Igreja.
7. (Uece) Leia atentamente o seguinte excerto:
“A liberdade do homem em sociedade consiste em não estar submetido a nenhum outro poder legislativo senão àquele estabelecido no corpo político mediante consentimento, nem sob o domínio de qualquer vontade ou sob a restrição de qualquer lei afora as que promulgar o poder legislativo, segundo o encargo a este confiado”.
LOCKE, John. Dois tratados sobre o governo. Martins Fontes, 1998, p. 401-402. Adaptado.
Considerando a definição de liberdade do homem em sociedade, de John Locke, atente para as seguintes afirmações:
I. A concepção de liberdade do homem em sociedade de Locke elimina totalmente o direito de cada um de agir conforme a sua vontade.
II. A concepção de liberdade do homem em sociedade de Locke consiste em viver sob a restrição das leis promulgadas pelo poder legislativo.
III. A concepção de liberdade do homem em sociedade de Locke consiste em viver segundo uma regra permanente e comum que todos devem obedecer.
É correto o que se afirma em;
a) I e II apenas.
b) I e III apenas.
c) II e III apenas.
d) I, II e III.
8. (Ueg) John Locke afirmou que a mente é como uma folha em branco na qual a cultura escreve seu texto e Descartes demonstrava desconfiança em relação aos sentidos como fonte de conhecimento. A respeito desses dois filósofos, verifica-se o seguinte:
a) Locke é um representante do racionalismo e Descartes é um representante do empirismo.
b) Locke é um representante do empirismo e Descartes é um representante do racionalismo.
c) Descartes e Locke possuíam a mesma concepção, pois ambos eram críticos do iluminismo.
d) Descartes é um representante do teologismo e Locke é um representante do culturalismo.
e) Descartes é um representante do materialismo e Locke é um representante do idealismo.
9. (Uece) Atente para o seguinte trecho de um artigo de jornal: “Segundo o coordenador do Setor de Ciências Naturais e Sociais da Unesco no Brasil, Fabio Eon, os direitos humanos estão sendo alvo de uma onda conservadora que trata a expressão como algo politizado. — ‘Existe hoje uma tendência a enxergar direitos humanos como algo ideológico, o que é um equívoco. Os direitos humanos não são algo da esquerda ou da direita. São de todos, independentemente de onde você nasceu ou da sua classe social. É importante enfatizar isso para frear essa onda conservadora’ — ressalta Eon, que sugere um remédio para o problema: — ‘Precisamos promover uma cultura de direitos humanos’”.
Disponível em: O Globo. https://oglobo.globo.com/sociedade/os-direitos-humanosnao- sao-da-esquerda-ou-da-direita-sao-de-todos-23088573.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi aprovada pela Assembleia Geral da ONU em 1948. Já a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi aprovada durante a primeira fase da Revolução Francesa, pela Assembleia Nacional Constituinte.
No que diz respeito à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, é correto afirmar que
a) apesar de ser um documento revolucionário moderno, tem suas premissas filosóficas no pensamento político de Aristóteles.
b) é de inspiração hobbesiana, tendo seus primórdios nos inícios do Estado moderno.
c) é de inspiração iluminista e liberal, sob influência de grandes pensadores do século XVIII, tais como Locke e Rousseau.
d) é de inspiração marxista, no influxo dos grandes movimentos grevistas e reivindicatórios que aconteceram na França durante o século XIX.
10. (Uece) Johannes Hessen afirma, sobre o empirismo e o racionalismo na modernidade, que “quem enxerga no pensamento humano, na razão, o único fundamento do conhecimento, está convencido da independência e especificidade psicológica do processo de pensamento. Por outro lado, quem fundamenta todo conhecimento na experiência negará independência, mesmo sob o aspecto psicológico, ao pensamento”.
HESSEN, J. Teoria do conhecimento. Trad. João Vergílio Gallerani Cuter. São Paulo: Martins Fontes, 2012, p. 48.
Relacione empirismo e racionalismo à descrição apresentada por Hessen e assinale a afirmação verdadeira.
a) Racionalista é quem entende que o conhecimento depende psicologicamente de fatos extra mentais.
b) Empiristas fundamentam todo seu conhecimento na capacidade da razão humana.
c) Empirista baseia o conhecimento na experiência e o racionalista entende que a razão é o fundamento do conhecimento.
d) Racionalista baseia o conhecimento na experiência e o empirista entende que a razão é o fundamento do conhecimento.
11. (Uece) “Quando um cidadão, não por suas crueldades ou outra qualquer intolerável violência, e sim pelo favor dos concidadãos, se torna príncipe de sua pátria – o que se pode chamar principado civil (e para chegar a isto não é necessário grandes méritos nem muita sorte, mas antes uma astúcia feliz) –, digo que se chega a esse principado ou pelo favor do povo ou pelo favor dos poderosos. É que em todas as cidades se encontram estas duas tendências diversas e isto nasce do fato de que o povo não deseja ser governado nem oprimido pelos grandes, e estes desejam governar e oprimir o povo.”
MAQUIAVEL. O Príncipe. Coleção “Os Pensadores” – adaptado.
Considerando a questão da política em Maquiavel, analise as seguintes afirmações:
I. Maquiavel rompe com a tradição política ao não admitir qualquer fundamento anterior e exterior à política.
II. Maquiavel considera a cidade uma comunidade homogênea nascida da ordem natural ou da razão humana.
III. Maquiavel considera que a política nasce das lutas sociais e é obra da própria sociedade para dar a si mesma unidade e identidade.
É correto o que se afirma em;
a) I e II apenas.
b) I e III apenas.
c) II e III apenas.
d) I, II e III.
12. (Uece) “É um dito corrente que todas as leis silenciam em tempos de guerra, e é verdade, não apenas se falarmos de leis civis, mas também naturais […] E entendemos que tal guerra é de todos os homens contra todos os homens.”
HOBBES, Thomas. Do Cidadão. Trad. Raul Fiker. São Paulo: Edipro, 2016, p. 83s.
O Texto de Hobbes se refere a um estado de guerra de todos contra todos, que enseja, pelo medo da morte, um estado civil. O nome dado por Hobbes a esse estado anterior ao pacto social é;
a) Leviatã.
b) Sociedade Civil.
c) Estado de Natureza.
d) Lei Natural.
13. (Enem PPL) A ciência ativa rompe com a separação antiga entre a ciência (episteme), o saber teórico, e a técnica (techne), o saber aplicado, integrando ciência e técnica. Do ponto de vista da ideia de ciência, a valorização da observação e do método experimental opõe a ciência ativa à ciência contemplativa dos antigos; assim também, a utilização da matemática como linguagem da física, proposta por Galileu sob inspiração platônica e pitagórica, e contrária à concepção aristotélica.
MARCONDES, D. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008 (adaptado).
Nesse contexto, a ciência encontra seu novo fundamento na;
a) utilização da prova para confirmação empírica.
b) apropriação do senso comum como inspiração.
c) reintrodução dos princípios da metafísica clássica.
d) construção do método em separado dos fenômenos.
e) consolidação da independência entre conhecimento e prática.
14. (Unesp) Nosso conhecimento científico “está começando a nos capacitar a interferir diretamente nas bases biológicas ou psicológicas da motivação humana, por meio de drogas ou por seleção ou engenharia genética, ou usando dispositivos externos que interferem no cérebro ou nos processos de aprendizagem”, escreveram recentemente os filósofos Julian Savulescu e Ingmar Persson. […] James Hughes, especialista em bioética […], defendeu o aprimoramento moral, afirmando que ele deve ser voluntário e não coercitivo. “Com a ajuda da ciência, poderemos descobrir nossos caminhos para a felicidade e virtude proporcionadas pela tecnologia”.
(Hillary Rosner. “Seria bom viver para sempre?” www.sciam.com.br, outubro de 2016.)
As possibilidades tecnológicas descritas no texto permitem afirmar que
a) o aprimoramento visado pelos pesquisadores desvaloriza o progresso técnico no campo neurocientífico.
b) tais interferências técnicas somente seriam possibilitadas sob um regime político totalitário.
c) ideais espiritualistas de meditação permitem concentração intensa da mente.
d) o caráter voluntário dos experimentos elimina a existência de controvérsias de natureza ética.
e) os recursos científicos estão direcionados ao aperfeiçoamento técnico da espécie humana.
15. (Enem PPL) Demócrito julga que a natureza das coisas eternas são pequenas substâncias infinitas, em grande número. E julga que as substâncias são tão pequenas que fogem às nossas percepções. E lhes são inerentes formas de toda espécie, figuras de toda espécie e diferenças em grandeza. Destas, então, engendram-se e combinam-se todos os volumes visíveis e perceptíveis.
SIMPLÍCIO. Do Céu (DK 68 a 37). In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1996 (adaptado).
A Demócrito atribui-se a origem do conceito de;
a) porção mínima da matéria, o átomo.
b) princípio móvel do universo, a arché.
c) qualidade única dos seres, a essência.
d) quantidade variante da massa, o corpus.
e) substrato constitutivo dos elementos, a physis.
16. (Ufu) “O filósofo natural e o dialético darão definições diferentes para cada uma dessas afecções. Por exemplo, no caso da pergunta “O que é a raiva?”, o dialético dirá que se trata de um desejo de vingança, ou algo deste tipo; o filósofo natural dirá que se trata de um aquecimento do sangue ou de fluidos quentes do coração. Um explica segundo a matéria, o outro, segundo a forma e a definição. A definição é o “o que é” da coisa, mas, para existir, esta precisa da matéria.”
Aristóteles. Sobre a alma, I,1 403a 25-32. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2010.
Considerando-se o trecho acima, extraído da obra Sobre a Alma, de Aristóteles (384-322 a.C.), assinale a alternativa que nomeia corretamente a doutrina aristotélica em questão.
a) Teoria das categorias.
b) Teoria do ato-potência.
c) Teoria das causas.
d) Teoria do eudaimonismo.
17. (Ufu) Agostinho, em Confissões, diz: “Mas após a leitura daqueles livros dos platônicos e de ser levado por eles a buscar a verdade incorpórea, percebi que ‘as perfeições invisíveis são visíveis em suas obras’ (Carta de Paulo aos Romanos, 1, 20)”.
Agostinho de Hipona. Confissões, livro VII, cap. 20, citado por: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. Tradução do autor.
Nesse trecho, podemos perceber como Agostinho;
a) se utilizou da Bíblia para conhecer melhor a filosofia platônica.
b) utiliza a filosofia platônica para refutar os textos bíblicos.
c) separa nitidamente os domínios da filosofia e da religião.
d) foi despertado para o conhecimento de Deus a partir da filosofia platônica.
Gabarito:
Resposta da questão 1:
[E]
Rousseau está entre os pensadores classificados como “contratualistas”, haja vista que a teoria filosófica política formulada por ele se baseia no estabelecimento de um contrato social como fundamento da organização política da vida coletiva, estabelecendo os direitos e deveres dos cidadãos e a finalidade e os limites das instituições políticas. Essa produção se dá no contexto histórico de reação contra o Antigo Regime, baseado nas monarquias absolutistas modernas.
Resposta da questão 2:
[B]
Segundo a perspectiva da análise econômica, o modo de produção escravista é caracterizado por relações de produção baseadas na posse e exploração da força de trabalho dos indivíduos escravizados. Nas sociedades em que essas relações constituíram a base produtiva, observa-se a constituição de grandes impérios, com religiões oficiais de Estado.
Resposta da questão 3:
[A]
Montesquieu, em sua obra “Do espírito das leis”, propõe a divisão dos poderes no Sistema de tripartição, no qual o Poder Legislativo seria a instância responsável pela elaboração, aperfeiçoamento ou revogação das leis; o Poder Executivo se ocuparia da execução das leis e da garantia da segurança; e o Poder Judiciário teria a atribuição de fiscalizar a ordem, julgando os litígios. Para Montesquieu, essa divisão de poderes tem como objetivo evitar a concentração dos poderes, o que tenderia ao abuso de poder.
Resposta da questão 4:
[A]
O cuidado de si está vinculado ao princípio da moral socrática de exame da própria vida, expresso na alternativa [A].
Resposta da questão 5:
[C]
A produção filosófica escolástica está relacionada ao contexto histórico Medieval, no qual o paradigma dominante estava fundamentado nos princípios da teologia cristã. O principal nome dessa corrente filosófica, Tomás de Aquino, com forte influência da produção filosófica clássica, buscou explicar os princípios teológicos cristãos a partir de elementos do pensamento racional, harmonizando fé e razão, tal como indicado na alternativa [C].
Resposta da questão 6:
[C]
O humanismo foi um movimento intelectual, situado no contexto histórico do Renascimento cultural, que teve como centro difusor a península itálica. Tinha suas bases filosóficas, estéticas, e intelectuais de um modo geral, na produção clássica greco-romana. A perspectiva antropocêntrica e o estímulo ao desenvolvimento das potencialidades humanas são marcantes na produção humanista, assim como a valorização do conhecimento desenvolvido pelas diferentes ciências, o que representa uma ruptura com o pensamento dominante do mundo medieval, fortemente fundamentado nas escrituras sagradas e na doutrina da Igreja. A partir dessas considerações, as alternativas [A], [D] e [E] devem ser consideradas incorretas. A alternativa [B] faz referência à uma postura epistemológica que encontra seu ápice no século XVII, com a Revolução Científica, e embora tenha raízes no movimento intelectual humanista, não se confunde com ele. A alternativa que o aluno deve considerar correta, portanto, é a alternativa [C].
Resposta da questão 7:
[C]
Segundo o pensamento de John Locke, a liberdade do indivíduo é um aspecto fundamental para a sua existência, sendo também a base da vida do cidadão. Locke afirma que os indivíduos se juntam em sociedade civil com a finalidade de preservar seus direitos naturais, submetendo-se a um governo. Assim, o Estado seria soberano, no entanto, a legitimação da sua autoridade nasceria do contrato social estabelecido entre os cidadãos, que aceitariam a instituição de leis comum a todos, de modo que, para Locke, a liberdade do indivíduo em sociedade consiste na obediência às leis oriundas do Poder Legislativo. Por conseguinte, apenas os itens [II] e [III] estão corretos.
Resposta da questão 8:
[B]
John Locke, ao considerar que a cultura determina o processo racional do conhecimento, sendo a mente humana uma “folha em branco” antes de qualquer experiência sensorial, se classifica como um filósofo da corrente empirista. Já Descartes considera que os sentidos podem ser falhos como fonte de conhecimento, uma vez que são ilusórios e falhos, induzindo ao erro. Para ele, o conhecimento só pode ser alcançado através de um processo abstrato, pois as estruturas cognitivas humanas seriam inatas à consciência. Assim, Descartes pertence à corrente filosófica do racionalismo.
Resposta da questão 9:
[C]
Os direitos estabelecidos como fundamentais para todos os indivíduos foram concebidos por novas correntes filosóficas surgidas no século XVIII. Estes direitos foram reconhecidos pela Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, no contexto da Revolução Francesa de 1789, movimento revolucionário de base liberal e iluminista. O pensamento iluminista liberal, dos quais Rousseau e Locke são importantes representantes, defende a garantia constitucional da dignidade humana, a partir da determinação de direitos invioláveis que evitariam o abuso de poder e as injustiças cometidas contra os indivíduos.
Resposta da questão 10:
[C]
Na filosofia empirista, a fonte de todo conhecimento humano são as experiências sensíveis. Já segundo o racionalismo, os sentidos podem ser falhos como fonte de conhecimento, uma vez que são ilusórios e falhos, induzindo ao erro. Nessa perspectiva, o conhecimento só pode ser alcançado através de um processo abstrato e racional, pois as estruturas cognitivas humanas seriam inatas à consciência.
Resposta da questão 11:
[B]
A teoria política formulada por Maquiavel representa uma ruptura com a filosofia política que predominava até então. Isso se dá porque, para Maquiavel, a política se fundamenta em si mesma, ou seja, os elementos que compõem e justificam a política são interiores ao próprio processo político e decorrem dos conflitos sociais. Nessa perspectiva, apenas os itens [I] e [III] estão corretos. O item [II] está incorreto pois, para Maquiavel, as sociedades humanas não são fruto de um processo natural, mas social, além de não apresentarem homogeneidade, sendo marcadas por conflitos de interesses.
Resposta da questão 12:
[C]
Para Hobbes, os indivíduos existiam, antes da instituição da sociedade civil, em seu estado natural, uma vez que não seguia regras morais ou sociais, sendo completamente livre em suas ações. Por isso, o nome dado por Hobbes a essa situação é “Estado de Natureza”.
Resposta da questão 13:
[A]
O paradigma científico da ciência ativa, conforme apresentado no texto, encontra na utilização da prova seu critério de confirmação empírica. Ou seja, é considerado verdadeiro aquilo que, através de um método, pode ser provado.
Resposta da questão 14:
[E]
O texto aborda o progresso científico e suas implicações para a espécie humana, apontando que o domínio das ciências pelo homem levou à uma busca pelo aperfeiçoamento do ponto de vista técnico, através da intervenção nas estruturas fisiológicas e cognitivas humanas, o que só foi possível com o advento de mecanismos desenvolvidos pela ciência.
Resposta da questão 15:
[A]
O pensamento filosófico de Demócrito, como descrito no texto, caracteriza-se pela interpretação da natureza das coisas a partir de leis mecânicas. Para ele, todas as coisas seriam compostas por unidades indestrutíveis e indivisíveis, combinadas entre si, em quantidade infinita. Por essa concepção, que descreve uma porção mínima da matéria, atribui-se a Demócrito a formulação do conceito de átomo, sendo a descrição feita por ele bastante próxima do modelo moderno de átomo.
Resposta da questão 16:
[C]
Segundo a metafísica aristotélica, a aparência dos objetos diz respeito a como os objetos estão em determinado momento. Para compreender o que as coisas são em sua essência seria preciso investigar os princípios que fazem as coisas serem como são. Assim, Aristóteles formulou a Teoria das causas, segundo a qual existiriam princípios fundamentais, ou seja, causas primeiras, que constituiriam o ser enquanto ser, ou a essência que faz o objeto ser tal como ele é.
Resposta da questão 17:
[D]
O trecho abordado demonstra que o processo de sistematização da doutrina cristã elaborado por Agostinho de Hipona teve sua base teórica na filosofia clássica grega, mais especificamente na filosofia platônica. Assim, observa-se que o pensador reinterpreta a obra de Platão segundo os valores cristãos, adaptando seu conteúdo à análise dos temas teológicos.