LISTA DE EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA RESOLVIDOS – ROMA

By

ROMA

1. (Fuvest 2018) Os Impérios helenísticos, amálgamas ecléticas de formas gregas e orientais, alargaram o espaço da civilização urbana da Antiguidade clássica, diluindo-lhe a substância […]. De 200 a.C. em diante, o poder imperial romano avançou para leste […] e nos meados do século II as suas legiões haviam esmagado todas as barreiras sérias de resistência do Oriente.

P. Anderson. Passagens da Antiguidade ao feudalismo. Porto: Afrontamento, 1982.

Na região das formações sociais gregas,

a) a autonomia das cidades-estado manteve-se intocável, apesar da centralização política implementada pelos imperadores helenísticos.
b) essas formações e os impérios helenísticos constituíram-se com o avanço das conquistas espartanas no período posterior às guerras no Peloponeso, ao final do século V a.C.
c) a conquista romana caracterizou-se por uma forte ofensiva frente à cultura helenística, impondo a língua latina e cerceando as escolas filosóficas gregas.
d) o Oriente tornou-se área preponderante do Império Romano a partir do século III d.C., com a crise do escravismo, que afetou mais fortemente sua parte ocidental.
e) os espaços foram conquistados pelas tropas romanas, na Grécia e na Ásia Menor, em seu período de apogeu, devido às lutas intestinas e às rivalidades entre cidades-estado.

2. (Uefs 2018) Uma opinião aceita amplamente é a de que os gregos receberam o alfabeto dos povos fenícios. O nosso próprio alfabeto é derivado do alfabeto grego. Os intermediários foram os etruscos, cuja escrita foi transmitida aos romanos.

(John F. Healey. “O primeiro alfabeto”. In: Lendo o passado, 1996. Adaptado.)

O excerto explicita a existência de;

a) igualdades culturais, linguísticas e políticas entre as sociedades das antiguidades Oriental e Clássica.
b) desenvolvimentos paralelos e independentes dos povos mesopotâmicos, semitas, africanos e greco-romanos.
c) encontros intercivilizacionais e políticos decorrentes da formação do antigo Império Egípcio na Europa e na Ásia.
d) diálogos e trocas culturais transcorridos na região do Mar Mediterrâneo na Antiguidade.
e) vínculos necessários entre difusão de regimes democráticos e formação cultural dos cidadãos.

3. (Fac. Pequeno Príncipe – Medici 2018) Com o surgimento das primeiras cidades – que remontam 12 mil anos atrás – na convivência social e política, começaram a se destacar algumas pessoas, grupos ou famílias em cargos de liderança, surgindo as primeiras instituições políticas, religiosas e administrativas com a função de coordenar os estoques de alimentos, as práticas e cultos religiosos e a defesa da cidade. Com o passar dos anos, esta organização tornou-se mais complexa e assumiu diferentes formas de atuação e modelos políticos.

Sobre as formas políticas desenvolvidas no Ocidente ao longo de sua história, assinale a alternativa CORRETA.

a) O significado da palavra democracia atualmente é o mesmo desde a Grécia antiga.
b) A democracia ateniense, diferente das democracias modernas, era excludente, pois, metecos, escravos, mulheres e crianças não eram considerados cidadãos.
c) A República romana se formou com a ascensão de Júlio Cesar ao cargo de imperador.
d) A construção da modernidade envolveu mudanças na maneira de pensar as relações de poder e a política. As teorias de Bodin e Hobbes defendiam um governo democrático e participativo.
e) Entre os séculos XVII e XVIII, alguns soberanos europeus, por ideologia e pelas crescentes pressões da população, adotaram como prática de governo, uma postura liberal e democrática.

4. (Unesp 2018)


O mapa do Império Romano na época de Augusto (27 a.C. – 14 d.C.) demonstra;

a) a dificuldade das tropas romanas de avançar sobre territórios da África e a concentração dos domínios imperiais no continente europeu.
b) a resistência do Egito e de Cartago, que conseguiram impedir o avanço romano sobre seus territórios.
c) a conformação do maior império da Antiguidade e a imposição do poder romano sobre os chineses e indianos.
d) a iminência de conflitos religiosos, resultantes da tensão provocada pela conquista de Jerusalém pelos cristãos.
e) a importância do Mar Mediterrâneo para a expansão imperial e para a circulação entre as áreas de hegemonia romana.

5. (Uece 2018) As Guerras Púnicas, que se constituíram por uma série de combates entre Roma e Cartago no período entre o século III e o século II a.C., assinalaram uma mudança radical na história de Roma e do mundo antigo, porque;

a) mesmo tendo Roma sofrido algumas derrotas, triunfou com as vitórias de Aníbal.
b) os conflitos entre Roma e Cartago duraram mais de um século.
c) após o fim do conflito, Roma se aproximou de uma civilização mais avançada e rica.
d) redesenhou toda a organização do mundo antigo e Roma transformou-se na grande potência do Mediterrâneo.

6. (Espm 2018) Durante o seu governo, Otávio apoia do pelos equestres e conciliando com a aristocracia senatorial, enfeixou em suas mãos imensos poderes.
No plano da organização militar criou-se uma guarda especial, a Guarda Pretoriana.
(Rubim Santos Leão de Aquino. História das Sociedades: das comunidades primitivas às sociedades medievais)

A Guarda Pretoriana citada no texto era en carregada:

a) de defender as fronteiras e as províncias afastadas;
b) da segurança pessoal do imperador e da vigilância da capital;
c) da expansão territorial e da obtenção de mão de obra escrava;
d) de garantir a reunião da Assembleia Curiata, da qual participavam todos os patrícios;
e) de garantir a arrecadação dos tributos e proteger os questores.

 

7. (Pucsp 2018) Considere os textos abaixo.

“[…] Amúlio expulsa seu irmão e apodera-se do trono. Depois deste crime, cometeu outro: ele extermina todos os filhos varões do irmão e, sob o pretexto de honrar sua sobrinha Réia Sílvia, colocando-a entre as vestais, ele tira toda a esperança de se tornar mãe condenando-a à virgindade perpétua. Mas acredito que o destino estava encarregado da fundação de uma cidade tão poderosa: era a ele que cabia lançar os alicerces deste vasto império que iguala o dos deuses. […]”

Tito Livio – História de Roma, livro I, p.10. – Texto traduzido e adaptado de TITO LÍVIO. Historia de Roma desde su fundación. (Ab urbe condita). http://historicodigital.com/download/tito%20livio%20i.pdf, acesso em 07/11/17.

“Os romanos foram honrados em quase todas as nações: impuseram as leis da sua hegemonia a muitos povos: hoje, as letras e a história celebramnos em quase todas as raças. Não têm motivo para queixar-se da justiça do Deus supremo e verdadeiro: eles receberam sua recompensa…; os judeus, que tinham morto Cristo, foram justamente entregues aos romanos, para a glória destes. Aqueles, que pelas suas virtudes, […] procuraram e obtiveram a glória terrestre deviam vencer aqueles que, com seus enormes vícios, mataram e recusaram o dispensador da verdadeira glória e da Cidade Eterna.”

Santo Agostinho – A Cidade de Deus – Livro V, cap. XVIII, p. 527. – Texto adaptado: http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/Cidade-de-Deus-Agostinho.pdf. Acesso em 07/11/17.

Os textos foram escritos por cidadãos romanos, em diferentes épocas, e tratam momentos distintos da história de Roma. No entanto, eles concordam que;

a) a dominação militar de Roma sobre outros povos não seria duradoura.
b) o poder de Roma dependeu da conquista militar e da aceitação das leis.
c) a explicação para o imenso poderio romano é de ordem religiosa.
d) o crime e os vícios dos fundadores de Roma foram os fundamentos do império.

8. (Imed 2018) Gladiador é um filme de 2000, dirigido por Ridley Scott e estrelado por Russell Crowe, que interpreta o General Máximus Décimus Meridius, chamado de Espanhol no filme, que é traído quando o ambicioso filho do imperador, Cómodo, mata seu pai e toma o trono de Roma. Reduzido a um escravo, Máximo ascende através das lutas de gladiadores para vingar a morte de sua família e do antigo Imperador, Marcus Aurelius.

A partir da sinopse acima e de seus conhecimentos de História, marque a alternativa correta:

a) O filme é ambientado à época da Monarquia Romana, fase do auge da expansão territorial de Roma e dos conflitos com os cartagineses, conhecidos como Guerras Púnicas.
b) A obra de Ridley Scott trata da fase da República Romana, período em que o Senado era a principal instituição e era responsável pela realização da política externa do Estado.
c) Gladiador trata da transição da Pax Romana, fase do auge do Império Romano, que se encerra com o governo de Marcus Aurelius, o imperador filósofo, para um período de sucessivas crises, o qual culminou com a queda do Império Romano Ocidental no século V.
d) A película narra o cotidiano de gladiadores na Grécia Antiga, época marcada pela organização política em pólis, ou seja, cidades-Estado que não se submetiam à autoridade de um Império, daí os sucessivos atritos entre gregos e romanos.
e) Gladiador retrata o Egito Antigo e seus tradicionais combates de gladiadores, sendo que estes eram integrantes da nobreza, que acreditava que a morte em batalha lhes garantia uma posição privilegiada após a morte.

9. (Mackenzie 2018) Após a unificação da península Itálica, em 272 a.C, e a vitória contra Cartago, Roma se tornou uma potência que não parou mais de se expandir. Contudo, para os plebeus, o expansionismo de Roma ocasionou profundas mudanças sociais, que atingiram, principalmente, esse grupo social. Analise as afirmativas abaixo.

I. Ao mobilizar para a guerra, os pequenos e médios proprietários plebeus, sem que recebessem nenhum tipo de remuneração do Estado, por tais serviços, ocasionou a ruína dos mesmos. Ao retornar para Roma, não tinham recursos financeiros para retomar suas atividades.
II. A conquista do norte da África e da Sicília e a remessa de suas colheitas de trigo para Roma fizeram com que o preço do produto despencasse, impossibilitando os proprietários plebeus de concorrerem com o baixo preço do trigo importado.
III. A solução encontrada pelos pequenos e médios proprietários plebeus para enfrentarem a crise foi a reconversão das culturas em suas terras: substituíram o trigo e a cevada pelo plantio e cultivo de vinhas e olivais.

Assinale a alternativa correta.

a) I está correta, apenas.
b) II está correta, apenas.
c) III está correta, apenas.
d) I e II estão corretas, apenas.
e) II e III estão corretas, apenas.

 

10. (Fac. Pequeno Príncipe – Medici 2018) Leia abaixo o trecho escrito por Tácito acerca do Império Romano.

Aos que pereciam, acrescentaram-se zombarias. Alguns, cobertos por peles de animais, foram estraçalhados por cães e pereceram; ou eram pregados a cruzes, e por vezes queimados, para servir de iluminação noturna quando a luz do dia havia expirado. Nero ofereceu seus jardins para o espetáculo e ofereceu jogos de circo, misturando-se entre o povo em trajes de condutor de carro, ou conduzindo o carro. Por isso, embora a condenação fosse contra culpados e merecedores dos piores castigos, entre o povo surgiu pena para com eles, como se não estivessem morrendo por utilidade pública, mas devido à crueldade de um só indivíduo.

BONI, Luis Alberto de. O estatuto jurídico das perseguições dos cristãos no Império Romano. In: Trans/Form/Ação. Vol.37, Marília, 2014.

Esse texto expõe atitudes polêmicas de Nero que teriam sido direcionadas contra;

a) escravos, mortos em lutas de gladiadores e outros espetáculos públicos dentro de sua nova política de pão e circo, como forma de alienar a população de seus problemas cotidianos.
b) povos bárbaros, que continuavam a adorar seus deuses familiares e não aceitavam o culto ao imperador e aos deuses do panteão romano.
c) estrangeiros, vistos como uma ameaça pelos romanos graças às constantes invasões e saques que proporcionavam contra o império.
d) rebeldes, cidadãos romanos que foram condenados por delitos contra os órgãos estatais e punidos exclusivamente com a violência pública como forma de expirar seus crimes.
e) cristãos, perseguidos por não aceitarem a divindade do imperador e por recusarem o uso da escravidão, tão importante dentro do sistema econômico romano.

 

11. (Fgv 2018) A vida privada dos escravos romanos à época do Império é um espetáculo pueril que se olha com desdém. No entanto, esses homens tinham vida própria; por exemplo, participavam da religião, e não apenas da religião do lar que, afinal, era o seu: fora de casa, um escravo podia perfeitamente ser aceito como sacerdote pelos fiéis de alguma devoção coletiva; podia também se tornar padre dessa Igreja cristã que nem por um momento pensou em abolir a escravidão. Paganismo ou cristianismo, é possível que as coisas religiosas os tenham atraído muito, pois bem poucos outros setores estavam abertos para eles. Os escravos também se apaixonavam pelos espetáculos públicos do teatro, do circo e da arena, pois, nos dias de festa, tinham folga, assim como os tribunais, as crianças das escolas e… os burros de carga.

(Paul Veyne, O Império Romano. Em: Paul Veyne (org.). História da vida privada v. 1: do Império Romano ao ano mil, 2009. Adaptado)

A partir da discussão presente no trecho, é correto afirmar:

a) a característica fundante do escravismo romano era a origem étnica, o que fazia com que a escravização dos povos conquistados e o tráfico nas fronteiras do Império proporcionassem a grande maioria da mão de obra servil, ao mesmo tempo em que a escravidão entre os próprios romanos havia caído em desuso desde a crise da República.
b) os escravos na sociedade romana não eram uma coisa, mas seres humanos, na medida em que até os senhores que os tratavam desumanamente impunham-lhes o dever moral de ser bons escravos, de servir com dedicação e fidelidade, características necessariamente humanas; no entanto, esses seres humanos eram igualmente um bem cuja propriedade seu amo detinha.
c) a escravidão caracterizava as relações de produção em Roma e os escravos, em sua inferioridade jurídica, desempenhavam uma função produtiva, marcados por um lugar social de pobreza, privação e precariedade, estando associados às formas braçais de trabalho e à produção de bens materiais em uma sociedade altamente hierarquizada.
d) a justificativa moral da escravidão sofreu uma intensa transformação ao longo dos séculos, de tal forma que a própria sociedade romana passou a questioná-la, tornando mais brandas as relações escravistas em meio à transformação do cristianismo em religião oficial do Império, o que contribuiu para o aprofundamento da crise do escravismo.
e) as relações escravistas caracterizaram os tempos da República romana, muito associadas ao poder dos patrícios, pertencentes à aristocracia de grandes proprietários, mas entraram em decadência na passagem para o Império, pois os generais que centralizaram o poder reconheciam na escravidão um mecanismo de enfraquecimento do exército.

 

Gabarito

Resposta da questão 1:
[D]

A partir da crise do Império Romano, a conhecida Crise do Século III, a preponderância de Roma concentrou-se na sua parte Oriental, uma vez que os efeitos da crise foram mais sentidos no lado Ocidental do Império, que acabou por sucumbir às invasões bárbaras pouco tempo depois.

 

Resposta da questão 2:
[D]

Na Antiguidade, vários povos viveram na região do Mar Mediterrâneo, ou próximos a ela: gregos, romanos, fenícios, etruscos, babilônicos, dentre outros. O que texto mostra é que havia uma troca sociocultural constante entre esses povos. Dessa troca, surgiu, por exemplo, uma mistura alfabética que originou várias escritas.

 

Resposta da questão 3:
[B]

A democracia escravista ateniense era excludente porque se baseava na cidadania como critério para a participação política na polis. Porém, poucos eram aqueles considerados cidadãos em Atenas: homens, maiores de 21 anos e atenienses natos. Logo, nascidos em outras cidades, filhos de nascidos em outras cidades, mulheres, escravos e crianças não eram cidadãos e não participavam da democracia.

 

Resposta da questão 4:
[E]

Os romanos dominaram as terras em torno no Mar Mediterrâneo ainda no período republicano, o que os fazia chamar tal mar de Mare Nostrum. A partir desse domínio, o Mediterrâneo passou a ser fundamental para a circulação dentro de Roma, seja de pessoas ou de produtos.

 

Resposta da questão 5:
[D]

Somente a alternativa [D] está correta. Nas Guerras Púnicas, 264-146 a.C, Roma e Cartago disputavam, principalmente, o mar Mediterrâneo. Roma venceu Cartago, expandiu muito conquistando um vasto território. A expansão romana gerou inúmeras transformações que culminaram na crise e fim da República.

 

Resposta da questão 6:
[B]

Antes da ascensão de Otávio ao poder, a Guarda Pretoriana era responsável por proteger os oficiais alocados no Pretório, centro das operações militares romanas. A partir do governo de Otávio, tal Guarda foi deslocada para proteger pessoalmente os Imperadores romanos.

 

Resposta da questão 7:
[C]

Tanto no texto I quanto no texto II o fator religioso é colocado como fundamental para a condição de sucesso da História romana. No texto I, é destacado o poder dos deuses romanos. No texto II, é destacado o poder de Cristo.

 

Resposta da questão 8:
[C]

Marcus Aurelius foi o último dos chamados bons imperadores, termo criado por Nicolau Maquiavel para descrever os Imperadores que governaram Roma a partir da Pax Romana iniciada por Otávio Augusto. Após a morte de Marcus Aurelius, Roma passou por dinastias que compuseram governos ruins e isso, ao fim e ao cabo, levou Roma ao declínio.

 

Resposta da questão 9:
[D]

Somente a alternativa [D] está correta. A expansão romana ocorreu no período da República, 509-27 a.C. Após Roma vencer a Itália, ocorreram as Guerras Púnicas, Roma contra Cartago disputando, principalmente, o mar Mediterrâneo. A vitória romana nesta guerra ocasionou uma grande expansão gerando inúmeras transformações culminando com uma crise e o fim da própria república. Entre as mudanças podemos citar o aumento da escravidão, êxodo rural, concentração fundiária, aparecimento de uma nova classe social denominada “Cavaleiro”, entre outras.

 

Resposta da questão 10:
[E]

A historiografia tradicional atribuiu a Nero o incêndio em Roma para punir os cristãos. As ideias cristãs abalaram as estruturas do Império Romano uma vez que criticou a escravidão, a desigualdade social, o politeísmo e o culto a imagem do imperador. Somente a alternativa [E] está correta.

 

Resposta da questão 11:
[B]

As definições da situação dos escravos em Roma eram complexas: o escravo era, ao mesmo tempo, aos olhos do seu dono, humano e mercadoria (ou propriedade). Sendo assim, apesar das imposições relativas ao conceito de propriedade, o escravo podia exercer atividades de relativa liberdade, como as citadas no texto.

Deixe um comentário