INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
1. (Fuvest 2014) Com base na leitura da obra A cidade e as serras, de Eça de Queirós, publicada originalmente em 1901, é correto concluir que, nela, encontra-se;
a) o prenúncio de uma consciência ecológica que iria eclodir com força somente em finais do século XX, mas que, nessa obra, já mostrava um sentido visionário, inspirado pela invenção dos motores a vapor.
b) uma concepção de hierarquia civilizacional entre as regiões do mundo, na qual, a Europa representaria a modernidade e um modelo a seguir, e a América, o atraso e um modelo a ser evitado.
c) a construção de uma associação entre indivíduo e divindade, já que, no livro, a natureza é, fundamentalmente, símbolo de uma condição interior a ser alcançada por meio de resignação e penitência.
d) a manifestação de um clima de forte otimismo, decorrente do fim do ciclo bélico mundial do século XIX, que trouxe à tona um anseio de modernização de sociedades em vários continentes.
e) uma valorização do meio rural e de modos de vida a ele associados, nostalgia típica de um momento da história marcado pela consolidação da industrialização e da concentração da maior parte da população em áreas urbanas.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
INSTRUÇÃO: A(s) questão(ões) é(são) contextualizada(s) pelo texto abaixo.
A Reforma da Natureza
Quando 2a guerra da Europa terminou, os ditadores, reis e presidentes cuidaram da 11discussão da paz. Reuniram-se num campo aberto, 3sob uma grande barraca de pano, porque já não havia cidades: todas haviam sido arrasadas pelos 4bombardeios aéreos. E puseram-se a discutir, mas por mais que discutissem não saía paz nenhuma. Parecia a continuação da guerra, com palavrões em vez de granadas e 1perdigotos em vez de balas de fuzil.
Foi então que o Rei Carol da Romênia se levantou e disse:
– Meus senhores, a paz não sai porque somos todos aqui representantes de países e cada um de nós 5puxa a brasa para a sua sardinha. Ora, 6a brasa é uma só e as sardinhas são muitas. Ainda que discutamos durante um século, 12não haverá acordo possível. O meio de arrumarmos a situação é convidarmos para esta conferência alguns representantes da humanidade. Só essas criaturas poderão propor uma paz que, satisfazendo toda a humanidade, também satisfaça aos povos, porque a humanidade é um todo do qual os povos são as partes. Ou melhor: a humanidade é uma laranja da qual os povos são os gomos.
Essas palavras profundamente sábias muito impressionaram aqueles homens. Mas onde encontrar criaturas que representassem a humanidade e não viessem com as mesquinharias das que só representam povos, isto é, gomos da humanidade?
O 7Rei Carol, depois de cochichar com o 8General de Gaulle, prosseguiu no seu discurso.
– Só conheço – disse ele – duas criaturas em condições de representar a humanidade, porque são as mais humanas do mundo e também são grandes estadistas. A pequena república que elas governam sempre nadou na maior felicidade.
9Mussolini, enciumado, levantou o queixo.
– Quem são essas maravilhas!
– Dona Benta e tia Nastácia – respondeu o Rei Carol – as duas respeitáveis matronas que governam o Sítio do Picapau Amarelo, lá na América do Sul. Proponho que a Conferência mande buscar as duas maravilhas para que nos ensinem o 13segredo de bem governar os povos.
– Muito bem! – aprovou o 10Duque de Windsor, que era o representante dos ingleses. A Duquesa me leu a história desse maravilhoso pequeno país, um verdadeiro paraíso na terra, e também estou convencido de que unicamente pelo meio da sabedoria de Dona Benta e do bom senso de tia Nastácia o mundo poderá ser consertado. No dia em que o planeta ficar inteirinho como é o sítio, não só teremos paz eterna como a mais perfeita felicidade.
Os grandes ditadores e os outros chefes da Europa nada sabiam do sítio. Admiraram se daquelas palavras e pediram informações. O Duque de Windsor começou a contar, desde o começo, as famosas brincadeiras de Narizinho, Pedrinho e Emília no Picapau Amarelo. […]
Eis explicada a razão do convite a Dona Benta, tia Nastácia e o Visconde de Sabugosa para irem representar a Humanidade e o Bom Senso na Conferência da Paz de 1945.
LOBATO, Monteiro. Obra infantil completa. Vol. 10 – A chave do tamanho; A reforma da natureza. São Paulo: Brasiliense, 1991. p. 1185-6. (Adaptado)
1. Perdigoto é “uma gota de saliva” (Dicionário Aulete. Disponível em <http://aulete.uol.com.br>. Acesso em 10 out. 2013.)
2. (Ucs 2014) Quanto à presença de líderes mundiais no texto, é correto afirmar que;
a) o Rei Carol (ref. 7) e o General de Gaulle (ref. 8) cochichavam, pois tinham um ótimo relacionamento incentivado pelas relações entre os seus países, que dividem fronteiras.
b) o italiano Mussolini (ref. 9) mostrou-se contrariado porque não pôde relatar, na reunião, sua parceria entre italianos e japoneses contra o nazismo alemão.
c) o Duque de Windsor (ref. 10), pelo fato de o regime de governo da Inglaterra ser monarquia parlamentarista, estava representando o Primeiro Ministro Inglês.
d) Monteiro Lobato, por ser parnasiano, não tinha o compromisso de manter personagens associados diretamente a figuras reais em suas obras; por esse motivo, nenhum dos líderes citados realmente existiu.
e) Monteiro Lobato, estrategicamente, para que o Brasil parecesse neutro, não citou Juscelino Kubitschek, presidente eleito do Brasil à época da guerra da Europa, que enviou tropas brasileiras para lutar ao lado da Itália em Monte Castelo.
3. (Fuvest 2014) Examine as seguintes afirmações relativas a romances brasileiros do século XIX, nos quais a escravidão aparece e, em seguida, considere os três livros citados:
I. Tão impregnado mostrava-se o Brasil de escravidão, que até o movimento abolicionista pode servir, a ela, de fachada.
II. De modo flagrante, mas sem julgamentos morais ou ênfase especial, indica-se a prática rotineira do tráfico transoceânico de escravos.
III. De modo tão pontual quanto incisivo, expõe-se o vínculo entre escravidão e prática de tortura física.
A. Memórias de um sargento de milícias;
B. Memórias póstumas de Brás Cubas;
C. O cortiço.
As afirmações I, II e III relacionam-se, de modo mais direto, respectivamente, com os romances;
a) B, A, C.
b) C, A, B.
c) A, C, B.
d) B, C, A.
e) A, B, C.
4. (Upf 2014) CAPÍTULO CCI
Queria dizer aqui o fim do Quincas Borba, que adoeceu também, ganiu infinitamente, fugiu desvairado em busca do dono, e amanheceu morto na rua, três dias depois. Mas, vendo a morte do cão narrada em capítulo especial, é provável que me perguntes se ele, se o seu defunto homônimo é que dá o título ao livro, e por que um antes que outro – questão prenhe de questões, que nos levariam longe… Eia! chora os dois recentes mortos [Rubião e o cão], se tens lágrimas. Se só tens riso, ri-te! É a mesma coisa. O Cruzeiro que a linda Sofia não quis fitar, como lhe pedia Rubião, está assaz alto para não discernir os risos e as lágrimas dos homens.
MACHADO DE ASSIS – Quincas Borba
Assinale a afirmação correta sobre o texto acima.
a) O narrador emprega, de modo magistral, as técnicas do distanciamento, ao narrar objetivamente, sem qualquer comentário dirigido ao leitor, as ações das personagens.
b) O narrador claramente se solidariza com os sofrimentos do protagonista da sua narrativa.
c) O narrador mostra a cruel indiferença universal à dor humana, ao neutralizar a distinção, por um lado, entre o homem e o cão quanto ao título do livro e, por outro lado, entre o riso e as lágrimas como possíveis reações às duas mortes e às desditas da personagem Rubião.
d) O narrador mostra o universo em comunhão com a dor humana, aqui representada pelo desengano, loucura e morte da personagem Rubião.
e) O narrador se refere à constelação do Cruzeiro do Sul como metáfora do universo essencialmente orientado pelo amor.
5. (Enem 2014) Talvez pareça excessivo o escrúpulo do Cotrim, a quem não souber que ele possuía um caráter ferozmente honrado. Eu mesmo fui injusto com ele durante os anos que se seguiram ao inventário de meu pai. Reconheço que era um modelo. Arguiam-no de avareza, e cuido que tinham razão; mas a avareza é apenas a exageração de uma virtude, e as virtudes devem ser como os orçamentos: melhor é o saldo que o déficit. Como era muito seco de maneiras, tinha inimigos que chegavam a acusá-lo de bárbaro. O único fato alegado neste particular era o de mandar com frequência escravos ao calabouço, donde eles desciam a escorrer sangue; mas, além de que ele só mandava os perversos e os fujões, ocorre que, tendo longamente contrabandeado em escravos, habituara-se de certo modo ao trato um pouco mais duro que esse gênero de negócio requeria, e não se pode honestamente atribuir à índole original de um homem o que é puro efeito de relações sociais. A prova de que o Cotrim tinha sentimentos pios encontrava-se no seu amor aos filhos, e na dor que padeceu quando morreu Sara, dali a alguns meses; prova irrefutável, acho eu, e não única. Era tesoureiro de uma confraria, e irmão de várias irmandades, e até irmão remido de uma destas, o que não se coaduna muito com a reputação da avareza; verdade é que o benefício não caíra no chão: a irmandade (de que ele fora juiz) mandara-lhe tirar o retrato a óleo.
ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.
Obra que inaugura o Realismo na literatura brasileira, Memórias póstumas de Brás Cubas condensa uma expressividade que caracterizaria o estilo machadiano: a ironia. Descrevendo a moral de seu cunhado, Cotrim, o narrador-personagem Brás Cubas refina a percepção irônica ao;
a) acusar o cunhado de ser avarento para confessar-se injustiçado na divisão da herança paterna.
b) atribuir a “efeito de relações sociais” a naturalidade, com que Cotrim prendia e torturava os escravos.
c) considerar os “sentimentos pios” demonstrados pelo personagem quando da perda da filha Sara.
d) menosprezar Cotrim por ser tesoureiro de uma confraria e membro remido de várias irmandades.
e) insinuar que o cunhado era um homem vaidoso e egocêntrico, contemplado com um retrato a óleo.
6. (Uemg 2014) A propósito do enredo de A mão e a luva, é CORRETO afirmar que o casamento de Luís Alves com Guiomar;
a) foi reprovado pela família de Guiomar.
b) foi incentivado, desde o início, por Mrs. Oswald.
c) decorreu, em parte, de uma relação de interesses.
d) proporcionou a Luís Alves oportunidade de ascensão social.
7. (Ucs 2014) Sobre a literatura brasileira na transição entre o final do século XIX e o início do século XX, é correto afirmar que;
a) Aluísio Azevedo escreveu romances em que os seres humanos são determinados pela raça, pelo meio e pelo momento histórico, dada a influência do cientificismo.
b) Machado de Assis era tido como o maior escritor brasileiro, porque foi o primeiro a aderir ao Naturalismo e por ter fundado a Academia Brasileira de Letras.
c) Olavo Bilac, que retomou a estética romântica, era considerado o Príncipe dos Poetas.
d) Os Sertões, de Euclides da Cunha, foi a primeira obra naturalista do Brasil, pois nela se identificam as três raças em que se baseia a formação étnica brasileira.
e) Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens foram os principais representantes do Simbolismo brasileiro, estética que uniu a objetividade científica ao rigor formal.
8. (Uemg 2014) Os versos a seguir são da canção Faltando um pedaço, de Djavan:
“O amor é um grande laço, um passo pr’uma armadilha
Um lobo correndo em círculos pra alimentar a matilha
Comparo sua chegada com a fuga de uma ilha:
Tanto engorda quanto mata feito desgosto de filha.”
(Disponível em: www.letras.terra.com.br.)
Das personagens de A mão e a luva, a que se identifica inteiramente com tais versos é;
a) Estêvão.
b) Luís Alves.
c) Mrs. Oswald.
d) Guiomar.
9. (Espcex (Aman) 2014) Leia o fragmento abaixo:
“AO LEITOR
Que Stendhal confessasse haver escrito um de seus livros para cem leitores, cousa é que admira e consterna. O que não admira, nem provavelmente consternará é se este outro livro não tiver os cem leitores de Stendhal, nem cinquenta, nem vinte, e quando muito, dez. Dez? Talvez cinco. Trata-se, na verdade, de uma obra difusa, na qual eu, Brás Cubas, se adotei a forma livre de um Sterne, ou de um Xavier de Maistre, não sei se lhe meti algumas rabugens de pessimismo. Pode ser. Obra de finado. Escrevi-a com a pena da galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil antever o que poderá sair desse conúbio. Acresce que a gente grave achará no livro umas aparências de puro romance, ao passo que a gente frívola não achará nele o seu romance usual, ei-lo aí fica privado da estima dos graves e do amor dos frívolos, que são as duas colunas máximas da opinião.”
O fragmento acima é parte da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, publicada em folhetim em 1880 e editada em livro em 1881. Essa obra, de autoria de;
a) Machado de Assis, é uma das mais conhecidas do Naturalismo no Brasil.
b) Guimarães Rosa, é tida como a mais importante produção do Modernismo no Brasil.
c) Aluísio Azevedo, lançou no Brasil o movimento denominado Naturalismo.
d) Machado de Assis, é apontada como o marco inicial do Realismo no Brasil.
e) Aluísio Azevedo, encerra o Romantismo e inicia o Realismo brasileiro.
10. (Udesc 2014) Analise as proposições em relação à obra Helena e ao seu autor, Machado de Assis.
I. Machado de Assis escreveu somente romances e crônicas, que pertencem a duas fases. A primeira fase sobrepõe-se à segunda, pois suas melhores obras encontram-se na primeira fase.
II. Helena é narrado em primeira pessoa, por um narrador que tudo observa e, bem ao estilo machadiano, sempre interfere na narrativa.
III. A obra Helena pertence à fase Romântica de Machado de Assis, e a história tem como cenário o Rio de Janeiro.
IV. O adultério, tema recorrente nas obras de Machado de Assis, está presente também em Helena, marcado especialmente pelo personagem conselheiro Vale, pai de Estácio.
V. A ironia é uma característica marcante na obra machadiana. Em Helena, observa-se esta característica no personagem Salvador.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
GABARITO:
Resposta da questão 1:
[E]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
O romance A cidade e as serras é a continuação do conto Civilização, de Eça de Queiroz. Em ambos, o autor critica os males da civilização, defendendo os valores da natureza.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Português]
Durante a Segunda Revolução Industrial, contexto do livro A cidade e as serras, houve uma grande expansão da industrialização nas cidades, proporcionando a chegada de novas tecnologias e causando certo caos na vida urbana. Para se contrapor a esses problemas trazidos pela industrialização, na obra de Eça de Queirós está presente a grande valorização da vida no campo e a busca utópica pelo lugar ideal que seria o meio rural.
Resposta da questão 2:
[C]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
Somente a alternativa [C] está correta. O duque de Windsor poderia representar o Primeiro Ministro Inglês considerando que a Inglaterra é uma monarquia parlamentarista desde a Revolução Gloriosa de 1689. As demais alternativas estão incorretas. Mussolini, líder da Itália, não lutou contra o nazismo alemão durante a Segunda Guerra Mundial. Itália, Alemanha e Japão formaram os países do “Eixo” durante o conflito. JK não foi o presidente do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial. O presidente Getúlio Vargas governou o Brasil entre 1930-1945 e, no contexto da Segunda Guerra, mandou pracinhas brasileiros na Itália para lutar contra o nazifascismo.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Português]
[D] Incorreta. Monteiro Lobato não era parnasiano, até porque não era poeta e sim escritor, de modo que em seu sítio, mesclavam-se fantasia e realidade naturalmente. Era uma maneira divertida de manter a criançada bem informada. Hoje é um valioso registro de uma época.
Resposta da questão 3:
[B]
[I] Refere-se à obra O cortiço, na qual a personagem João Romão aproveita-se da escravizada fugida Bertoleza, e, após valer-se dela, a denuncia para seus antigos senhores. Ao fim do romance, João Romão recebe um diploma de sócio benemérito dos abolicionistas.
[II] Condiz com o que encontramos em Memórias de um Sargento de Milícias, na passagem em que é descrito fradinho como um sangrador em um navio negreiro. O tráfico de escravos é considerado uma atividade rotineira, sem apresentar julgamentos sobre a escravidão no Brasil.
[III] Identificamos a obra Memórias póstumas de Brás Cubas, na qual encontramos uma passagem que registra a violência que o protagonista aplica no escravo da família. Mais tarde, essa violência é reproduzida por Prudêncio em seu próprio escravo.
Resposta da questão 4:
[C]
[A] O narrador, ao contrário, interage com o leitor, como no exemplo a seguir: Mas, vendo a morte do cão narrada em capítulo especial, é provável que me perguntes (…). É com o leitor que o narrador está falando.
[B] O narrador mostra-se indiferente às mortes, tanto do protagonista quanto do cão homônimo. Essa indiferença está ligada ao desprezo que a maioria das pessoas sente com relação ao sofrimento alheio, segundo a interpretação do cético narrador.
[C] Correta. O narrador sabe da indiferença universal com relação aos destinos e à dor humana. Para destacá-la, tanto o dono quanto o cão aparecem em pé de igualdade, dessa forma, a indiferença das pessoas com relação ao sofrimento de um e de outro passa a ser aceitável.
[D] O narrador mostra-se indiferente aos sentimentos e reações que poderiam advir do inusitado destino de Rubião no desfecho da narrativa.
[E] O Cruzeiro do Sul acaba servindo de metáfora para expressar o distanciamento do narrador e dos leitores com relação ao destino do protagonista.
Resposta da questão 5:
[B]
Das mais nobres e raras marcas da linguagem machadiana é a sutileza, a ironia descrita por sugestões, em geral, atitudes condenáveis moralmente, mas descritas com polidez, ainda que sórdidas, como a de torturar escravos, martirizá-los enquanto os contrabandeava em navios, àquela época, prática já proibida.
Resposta da questão 6:
[C]
Tema central de A mão e a luva, o casamento firmado por interesse cabe ao perfil tanto de Luís Alves como ao de Guiomar: ele racionalmente admirava a ambição dela; Guiomar, por sua vez, concluiu que Luís Alves era a pessoa indicada para que ela ascendesse socialmente, justificando, inclusive, o título da obra.
Resposta da questão 7:
[A]
[A] Correta. Uma das principais características do naturalismo é o cientificismo, originando o determinismo da época, no qual se acreditava que o homem é, irremediavelmente, fruto do meio em que vive.
[B] Machado de Assis inaugurou o Realismo brasileiro com Memórias Póstumas de Brás Cubas.
[C] Olavo Bilac foi o poeta mais popular do Parnasianismo brasileiro.
[D] O livro Os Sertões, de Euclides da Cunha, foi publicado em 1902, bem depois da estreia do Naturalismo brasileiro com O Mulato, de Aluísio de Azevedo.
[E] Apesar do rigor formal inerente aos poetas do período, seja no Brasil seja com Baudelaire na França, foi uma estética carregada de emoções, sensações, paixões, tudo de maneira profunda e forte, longe de qualquer objetividade.
Resposta da questão 8:
[A]
Estêvão é a personagem que permite identificação com os versos de Faltando um pedaço, justamente por ser, dentre os pretendentes de Guiomar, o único a corresponder à consagrada (e criticada, por Machado de Assis) imagem do homem romântico: assim como o eu lírico da canção, Estêvão tem no amor uma verdadeira “armadilha”; apesar de um breve relacionamento com a jovem, no momento de escolha do seu cônjuge, ele é descartado justamente por ser sentimental e inseguro – e trocado por aquele que fora seu confidente, Luís Alves. Corrobora para o delineamento do seu perfil tipicamente romântico o fato de, durante seus anos de estudo, sentir falta de Guiomar, cogitando inclusive a morte.
Resposta da questão 9:
[D]
Memórias póstumas de Brás Cubas, de autoria de Machado de Assis, foi a primeira obra realista (e não naturalista) publicada no Brasil.
Resposta da questão 10:
[C]
[I] Falsa. As melhores obras machadianas pertencem à segunda fase, a Realista, tida como o momento de sua maturidade literária.
[II] Falsa. Helena é uma novela típica dos folhetins românticos, contada por um narrador onisciente.
[III] Verdadeira. Pertence à fase Romântica e tem como cenário o Rio de Janeiro.
[IV] Verdadeira. O pai do Estácio era amante da mãe de Helena, que não era o seu pai biológico, mas que a considerava como filha, por isso, fez dela sua herdeira.
[V] Falsa. A ironia é uma característica da obra machadiana da segunda fase, a que pertence ao Realismo, dessa forma, Salvador é apenas o pai biológico de Helena.