1. Na Europa, as forças reacionárias que compunham a Santa Aliança não viam com bons olhos a emancipação política das colônias ibéricas na América. […] Todavia, o novo Império do Brasil podia contar com a aliança da poderosa Inglaterra, representada por George Canning, primeiro-ministro do rei Jorge IV. […] Canning acabaria por convencer o governo português a aceitar a soberania do Brasil, em 1825. Uma atitude coerente com o apoio que o governo britânico dera aos EUA, no ano anterior, por ocasião do lançamento da Doutrina Monroe, que afirmava o princípio da não intervenção europeia na América.
(Ilmar Rohloff de Mattos e Luis Affonso Seigneur de Albuquerque. Independência ou morte: a emancipação política do Brasil, 1991.)
O texto relaciona
a) a restauração das monarquias absolutistas no continente europeu, a industrialização dos Estados Unidos e a constituição da Federação dos Estados Independentes da América Latina.
b) a influência da Igreja católica nos assuntos políticos europeus, o controle britânico dos mares depois do Ato de Navegação e o avanço imperialista dos Estados Unidos sobre o Brasil.
c) a disposição europeia de recolonização da América, o Bloqueio Continental determinado pela França e os acordos de livre-comércio do Brasil com os países hispano-americanos.
d) a penetração dos industrializados britânicos nos mercados europeus, a tolerância portuguesa em relação ao emancipacionismo brasileiro e a independência política dos Estados Unidos.
e) a reorganização da Europa continental depois do período de domínio napoleônico, os processos de independência na América e a ampliação do controle comercial mundial pela Inglaterra.
2. O Brasil agora é feito para a democracia, ou para o despotismo – errei em querer dar-lhe uma monarquia constitucional. Onde está uma aristocracia rica e instruída? Onde está um corpo de magistratura honrado e independente? E que pode um clero imoral e ignorante, sem crédito e sem riqueza? Que resta pois?
(José Bonifácio de Andrada e Silva)
A sociedade civil tem por base primeira a justiça, e por fim principal a felicidade dos homens. Mas que justiça tem um homem para roubar a liberdade de outro homem e o que é pior, dos filhos deste homem, e dos filhos destes filhos?
(José Bonifácio de Andrada e Silva)
(Adriana Lopes e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: Uma Interpretação)
Os textos revelam posições de José Bonifácio de Andrada e Silva, constituinte reformista e monarquista constitucional, que apresentou o projeto mais importante e radical a respeito da abolição do tráfico e da escravidão.
Quanto às ideias contidas nos textos e ao cenário da Assembleia Constituinte de 1823 é correto assinalar:
a) O projeto de Constituição apresentado por Antonio Carlos de Andrada, irmão de José Bonifácio, foi promulgado com apoio unânime da Constituinte;
b) O projeto de Constituição, apelidado de “Constituição da Mandioca”, desagradou a D. Pedro I e, por isso, ele recorreu à força para fechar a Constituinte;
c) Os jornais A Sentinela e Tamoio, vinculados aos irmãos Andrada, conseguiram consagrar na Constituição de 1824 os planos de abolição do tráfico e da escravidão;
d) Os textos revelam a satisfação de José Bonifácio, bem como sua comunhão de ideias e projeto com a aristocracia rural;
e) Os textos revelam o projeto de incluir na Constituição o direito de preservação da escravidão, pilar da sociedade civil no Brasil.
3. Sobre a história do Uruguai e suas relações com a América Latina, é correto afirmar que:
01) com sede em Montevidéu, no Uruguai, o parlamento do Mercosul – o Parlasul – é ocupado por representantes dos Estados membros e tem por objetivo fortalecer os processos de integração da região atuando em diferentes áreas de interesse nacionais e internacionais.
02) com seguidos governos alinhados aos Estados Unidos, o Uruguai, apesar de ter sido um dos poucos países da América do Sul a não contar com uma ditadura militar durante os anos da Guerra Fria, tem sua história marcada por controvérsias devido às violações de direitos humanos, ao uso da tortura e ao desaparecimento de muitos uruguaios naquele período.
04) desejando anexar novos territórios aos domínios portugueses, D. João VI envia tropas à região conhecida como Banda Oriental e, depois de anos de conflitos, tem como resultado a incorporação da nomeada Província Cisplatina ao Reino Unido de Portugal.
08) pioneiro entre as antigas colônias espanholas na América do Sul, o Uruguai tornou-se independente e estabeleceu sua república após vencer o exército espanhol na Guerra do Prata (1810-1814).
16) ao longo da segunda metade do século XIX, o Uruguai manteve uma política externa independente e pacifista com todos os países sul-americanos.
32) no século XVII, o interesse lusitano pela região do Rio da Prata, somado às disputas com a coroa espanhola, motivou a iniciativa portuguesa de fundar a chamada Colônia do Sacramento, em 1680.
4. A respeito das disputas e tratados fronteiriços celebrados ao longo da história brasileira,
assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações.
( ) O Tratado de Madri (1750) reformulou as fronteiras ao sul da América Portuguesa, ao reconhecer a Colônia do Sacramento como território espanhol e os Sete Povos das Missões como território português.
( ) O desfecho da Guerra Cisplatina, em 1828, não acarretou nenhuma modificação territorial no Império Brasileiro.
( ) O Brasil, no início do século XX, disputou extensões territoriais com a França, na fronteira com a Guiana Francesa, e com a Inglaterra, na divisa com a Guiana, e foi vitorioso em ambas as intermediações diplomáticas.
( ) O Tratado de Petrópolis, assinado em 1903, incorporou o território do atual estado do Acre ao Brasil, em troca do pagamento de indenizações à Bolívia e ao Peru.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V – F – F – V.
b) V – F – F – F.
c) V – F – V – F.
d) F – V – F – V.
e) F – V – V – V.
5.
No contexto da independência brasileira, a charge ironiza o(a)
a) influência econômica inglesa sobre o Brasil
b) imperialismo dos EUA sobre a América do Sul
c) controle napoleônico sobre Portugal
d) domínio brasileiro sobre a Província Cisplatina
e) vigência da União Ibérica
6. Tenho pois mostrado pela razão, e pela experiencia, que a pezar de serem os Índios bravos huma raça de homens inconciderada, preguiçosa, e em grande parte desagradecida e deshumana para com nosco, que reputão seus inimigos, são com tudo capazes de civilisação, logo que se adoptão meios proprios, e que há constancia e zelo verdadeiro na sua execução.
Nas actuaes circunstancias do Brasil e da Politica Européa, a civilisação dos Índios bravos he objecto de summo interesse e importancia para nós. Com as novas Aldêas que se forem formando, a Agricultura dos Generos comestiveis, e a criação dos gados devem augmentar, e pelo menos equilibrar nas Provincias a cultura e fabrico do açucar.
Apontamentos para a civilisação dos Índios bravos do Império do Brasil (1823), de José Bonifácio de Andrada e Silva. Disponível em: objdigital.bn.br.
CAPÍTULO VIII
Dos Índios
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
(…)
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo.
Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Disponível em: www2.senado.leg.br.
Os documentos transcritos apresentam visões distintas sobre os indígenas e seus direitos. Os apontamentos expostos por José Bonifácio à Assembleia Geral Constituinte do Império do Brasil, em 1823, não foram incorporados ao texto da Constituição outorgada em 1824; já os artigos do Capítulo VIII da Constituição Brasileira de 1988 até hoje vigoram.
A partir da comparação entre os documentos, identifique duas características, uma de 1823 e outra de 1988, que evidenciam as formas de considerar os direitos dos indígenas no Brasil em cada momento histórico.
Em seguida, apresente um fator que explique a presença de tais direitos na Constituição de 1988.
90. As nomeações dos deputados e senadores para a Assembleia Geral, e dos membros dos Conselhos Gerais das províncias, serão feitas por eleições, elegendo a massa dos cidadãos ativos em assembleias paroquiais, os eleitores de província, e estes, os representantes da nação e província.
Art. 92. São excluídos de votar nas assembleias paroquiais:
- Os menores de vinte e cinco anos, nos quais se não compreendem os casados, os oficiais militares, que forem maiores de vinte e um anos, os bacharéis formados e os clérigos de ordens sacras.
- Os filhos de famílias, que estiverem na companhia de seus pais, salvo se servirem a ofícios públicos.
III. Os criados de servir, em cuja classe não entram os guarda-livros, e primeiros caixeiros das casas de comércio, os criados da Casa Imperial, que não forem de galão branco, e os administradores das fazendas rurais e fábricas.
- Os religiosos e quaisquer que vivam em comunidade claustral.
- Os que não tiverem de renda líquida anual cem mil réis por bens de raiz, indústria, comércio, ou emprego.
BRASIL. Constituição de 1824. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 4 abr. 2015 (adaptado).
De acordo com os artigos do dispositivo legal apresentado, o sistema eleitoral instituído no início do Império é marcado pelo(a)
a) representação popular e sigilo individual.
b) voto indireto e perfil censitário.
c) liberdade pública e abertura política.
d) ética partidária e supervisão estatal.
e) caráter liberal e sistema parlamentar.
8. A história brasileira é repleta de eventos em que determinados grupos promoveram ações de ruptura das regras do jogo político, visando à conquista do poder, de forma que, tradicionalmente, tais ações, em muitos casos, acabaram por compor a história da nação classificadas como golpes.
Em um desses eventos, o poder central determinou que o exército invadisse o plenário do congresso que estava em reunião para a elaboração da Constituição Brasileira, o que resultou na prisão de diversos deputados e na deportação de outros.
Esse episódio refere-se à
a) Ditadura Civil-militar.
b) Declaração da Maioridade.
c) Noite da Agonia.
d) Proclamação da República.
9. “(…). Conquistar a emancipação definitiva e real da nação, ampliar o significado dos princípios constitucionais foi tarefa delegada aos pósteres”.
COSTA, Emília Viotti da. Da monarquia à república: momentos decisivos. São Paulo; Livraria Editora Ciências Humanas, 1979. P.50.
A análise acima, da historiadora Emília Viotti da Costa, refere-se à proclamação da independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822. A análise da autora, a respeito do fato histórico, aponta que
a) apesar dos integrantes da elite nacional terem alcançado seu objetivo: o de romper com os estatutos do plano colonial, no que diz respeito às restrições à liberdade de comércio, e à conquista da autonomia administrativa, a estrutura social do país, porém, não foi alterada.
b) a independência do Brasil foi um fato isolado, no contexto americano de luta pela emancipação das metrópoles. Isso se deu porque era a única colônia de língua portuguesa, e porque adotava, como regime de trabalho, a escravidão africana.
c) caberia, às futuras gerações de brasileiros, o esforço no sentido de impor seus valores para Portugal, rompendo, definitivamente, os impasses econômicos impostos à Colônia pela metrópole portuguesa desde o início da colonização.
d) apesar de alguns setores da elite nacional possuírem interesses semelhantes à burguesia mercantil lusitana e, portanto, afastando-se do processo emancipatório nacional, com a eminente vinda de tropas portuguesas para o país, passaram a apoiar a ideia de independência.
e) assim como Portugal passava por um processo de reestruturação, após a Revolução Liberal do Porto; no Brasil, esse movimento emancipatório apenas havia começado e só fora concluído, com a subida antecipada ao trono, de D. Pedro II, em 1840.
10. Assim, as províncias do nordeste, há muito insatisfeitas com a política da corte, e agitadas com essa guerra de palavras, manifestaram-se em uma nova explosão revolucionária.
Contra decisões de D. Pedro I, conclamava o Typhis Pernambucano: ‘Eia, pernambucanos! A nau da pátria está em perigo, cada um a seu posto, unamo-nos com as províncias limítrofes. Escolhamos um piloto, que mareie a nau ameaçada de iminente e desfechada tempestade; elejamos um governo supremo, que nos conduza à salvação e à glória.’.
(Lúcia Bastos Pereira das Neves. “A Vida Política” in: Crise Colonial e Independência / coordenação Alberto da Costa e Silva)
O contexto tratado deve ser relacionado com:
a) a Confederação do Equador;
b) a Revolução Pernambucana de 1817;
c) a Praieira;
d) a Sabinada;
e) a Cabanagem.
11. “A cena de uma rua é, a um só tempo, a mesma de todo o quarteirão. Os pés de chumbo (portugueses) deixam que a cabralhada (brasileiros) se aproxime o mais possível. E inesperadamente, de todas as portas, chovem garrafas inteiras e aos pedaços sobre os invasores. O sangue espirra, testas, cabeças, canelas… Gritos, gemidos, uivos, guinchos.
É inverossímil.
E a raça toda, de cacete em punho, vai malhando… E os corpos a cair ensanguentados sobre os cacos navalhantes das garrafas. ”
(Correia, V.,1933, p. 42)
O episódio, descrito acima, relata o enfrentamento entre portugueses e brasileiros, em 13/03/1831, no Rio de Janeiro, conhecido como Noite das Garrafadas. Essa manifestação assemelhava-se às lutas liberais travadas na Europa, após as decisões tomadas pelo Congresso de Viena.
A respeito dessa insatisfação popular, presente tanto na Europa, após 1815, quanto nos conflitos nacionais, durante o I Reinado, é correto afirmar que
a) Pedro II adota a mesma política praticada por monarcas europeus; quando, ao outorgar uma carta constitucional, contrariou os interesses, tanto da classe oligárquica, fiel ao trono, quanto das classes populares, as quais permaneceram sem direito ao voto.
b) o governo brasileiro também se utilizou de empréstimos junto à Inglaterra, aumentando a dívida externa e fortalecendo a economia inglesa, a fim de sanar o deficit orçamentário e suprir os gastos militares em campanhas contra os levantes populares.
c) Pedro I, buscando recuperar sua popularidade, iniciou uma série de visitas às províncias revoltosas do país, adotando a mesma estratégia diplomática que alguns regentes europeus, nessa época, praticaram, sem contudo, lograrem nenhum sucesso político.
d) as guerras travadas contra o exército napoleônico, na Europa, e o envolvimento do Brasil, na Guerra da Cisplatina, provocaram, em ambos os casos, a enorme insatisfação popular e revolta, diante do elevado número de combatentes mortos.
e) a retomada de políticas absolutistas, como o estabelecimento do Poder Moderador, no Brasil, dando plenos poderes a D. Pedro I e, na Europa, a dura repressão contra as ideias liberais, deflagradas pela Revolução Francesa, ocasionaram uma enorme insatisfação popular.
12. Shopping de SC decide fechar exposição acusada de naturalizar a escravidão
O Shopping Continente, na cidade de São José, em Santa Catarina, informou que decidiu retirar de suas dependências a exposição “Negras Memórias”. A mostra, que exibia peças e documentos originais do período da escravidão no Brasil, foi acusada por historiadores de reproduzir o discurso escravista.
A crítica foi gerada especificamente por uma legenda explicativa fixada em um tronco usado para agredir escravos. […]
“Foi um instrumento utilizado para castigar os escravos rebeldes que haviam cometido delitos ou tinham mau comportamento. Ao contrário do que o senso comum acredita, a maioria dos escravos não sofria maus-tratos cotidianamente. Os instrumentos de punição, assim como este tronco, eram usados em situações específicas. A responsabilidade pelos atos dos escravos eram (sic) dos seus donos, portanto, quando algum deles cometida (sic) um roubo, deveria ser punido e ir para o castigo. Assim, serviria de exemplo para outros escravos infratores.”
Disponível em: <http://painelacademico.uol.com.br/painel-academico/9240-shopping-de-sc-decide-fechar-exposicao-acusada-de-naturalizar-a-escravidao#>. [Adaptado]. Acesso em: 15 ago. 2017.
Sobre o cotidiano de trabalho escravo no Brasil, é correto afirmar que:
01) a resistência dos africanos e dos afrodescendentes nas diversas regiões em que se empregou a mão de obra escrava assumiu diferentes formas, de revoltas violentas à preservação de valores e tradições de suas culturas de origem.
02) nos centros urbanos, era comum a existência de “escravos de ganho”, ou seja, negros escravizados que trabalhavam por conta própria e entregavam parte do ganho ao seu senhor.
04) na produção açucareira, os negros escravizados participavam apenas de parte do processo de produção de açúcar, não exercendo trabalhos mais especializados.
08) a criação de irmandades religiosas voltadas à participação dos trabalhadores escravizados foi muito importante no processo de homogeneização cultural dos africanos que chegavam à América portuguesa.
16) o texto apresentado na exposição é equivocado por naturalizar a violência sofrida pelos negros escravizados sem abordar os processos de resistência àquela condição social.
32) os negros escravizados não sofriam maus-tratos cotidianamente, pois, ao contrário do senso comum, estudos recentes têm dado conta do grande poder de negociação que eles tinham com seus senhores.
64) o trabalho escravo em Nossa Senhora do Desterro foi empregado, por exemplo, na pesca baleeira, visando à produção de óleo, muito comum na região entre os séculos XVIII e XIX.
13. Atente ao seguinte fragmento da obra da historiadora Emília Viotti da Costa, a respeito do processo de independência do Brasil:
“A ordem econômica seria preservada, a escravidão mantida. A nação independente continuaria subordinada à economia colonial, passando do domínio português à tutela britânica. A fachada liberal construída pela elite europeizada ocultava a miséria e a escravidão da maioria dos habitantes do país. Conquistar a emancipação definitiva da nação, ampliar o significado dos princípios constitucionais seria tarefa relegada aos pósteros”.
COSTA, Emília Viotti da. Introdução ao estudo da emancipação política do Brasil. In: MOTA, Carlos Guilherme (Org.). Brasil em perspectiva. 16. ed. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 1987. p.125.
Considerando o processo de independência do Brasil, assinale a afirmação verdadeira.
a) Não ocorreu nenhuma ocultação dos reais problemas sociais e econômicos do país após a independência, já que a elite local buscou solucioná-los imediatamente.
b) Apenas ocorreu a independência econômica do Brasil, mas não a política, pois a elite nacional europeizada submeteu-se aos interesses da Inglaterra.
c) Pelo fato de a monarquia ter sido logo adotada como forma de governo, a independência não representou mudanças sociais significativas, pois estas ficariam a cargo de gerações futuras.
d) Não houve acordo de independência com os Britânicos, que reagiram o quanto puderam à independência do Brasil, já que ela representaria a real autonomia econômica do país.
14.
A cena ilustrada na imagem pode ser relacionada corretamente à
a) rivalidade existente entre escravos pretos e pardos, uma vez que apenas os segundos tinham acesso a esse tipo de trabalho livre.
b) existência do trabalho livre e assalariado para os escravos que conseguiam reunir, à sua própria custa, os recursos para executarem esse empreendimento.
c) reserva dessa atividade apenas para homens, pelo caráter extremamente cansativo que esse trabalho apresentava.
d) predominância do trabalho do escravo urbano sobre o escravo rural, resultante da decadência da economia agrícola brasileira durante o século XIX.
e) oportunidade para a reunião de um pequeno pecúlio por parte dos escravos, com o qual poderiam até comprar sua alforria, depois de muitos anos de trabalho compulsório
Gabarito:
Resposta da questão 1:
[E]
No período citado no texto, existia na Europa um arranjo conservador pós Era Napoleônica, expresso através do Congresso de Viena, e uma onda liberal na América, concretizada através das independências da América Espanhola e da América Portuguesa.
Resposta da questão 2:
[B]
Em 1823 foi criada a Assembleia Nacional Constituinte, formado pela elite agrária, cujo objetivo era elaborar um projeto de constituição. O projeto ganhou o apelido de “Mandioca”, era profundamente xenófobo, isto é, contrário aos interesses dos portugueses que moravam no Brasil e, ainda, limitava o poder do imperador D. Pedro I. Totalmente desconte com o teor do projeto da Mandioca, o jovem imperador dissolveu a Assembleia Nacional Constituinte em novembro de 1823, era a Noite da Agonia. Gabarito [B].
Resposta da questão 3:
01 + 04 + 32 = 37.
A afirmativa [02] está incorreta porque uma Ditadura Cívico-Militar vigorou sim no Uruguai durante a Guerra Fria, entre os anos de 1973 e 1985;
A afirmativa [08] está incorreta porque o Uruguai obtém sua Independência após a Guerra Cisplatina, iniciada em 1826;
A afirmativa [16] está incorreta porque a política externa uruguaia não foi pacifista no século XIX, uma vez que houve o envolvimento em conflitos bélicos entre 1825 e 1828 na Região da Prata.
Resposta da questão 4:
[B]
A segunda afirmativa é falsa porque a derrota na Guerra Cisplatina fez o Brasil perder a Província Cisplatina, atual Uruguai;
A terceira afirmativa é falsa porque na disputa entre Brasil e Inglaterra, na zona que abrange a Guiana e Roraima, a determinação foi pela divisão desigual do território, com a Inglaterra ficando a maior parte;
A quarta afirmativa é falsa porque através do Tratado de Petrópolis o Brasil não indenizou o Peru, apenas a Bolívia.
Resposta da questão 5:
[A]
A independência da América Latina ocorreu nas primeiras décadas do século XIX, no contexto da transição do capitalismo comercial-mercantil para o capitalismo liberal-industrial, o que significa que a Península Ibérica perdeu espaço para a ponderosa Inglaterra. Dessa forma, em 1822, o Brasil trocou Lisboa por Londres, ou seja, deixou de ser colônia de Portugal para ser explorado pelo capitalismo industrial inglês. Gabarito [A].
Resposta da questão 6:
Uma das características de 1823:
– perseguição aos índios bravos
– índios bravos considerados como bárbaros
– aculturação dos indígenas por meio da conversão religiosa
– subalternização das populações indígenas perante o poder de Estado
– índios catequizados entendidos como integrantes da civilização, podendo ser usados como mão de obra
Uma das características de 1988:
– reconhecimento de direitos indígenas
– reconhecimento da cidadania dos índios
– defesa da demarcação de terras indígenas
– combate ao preconceito contra os indígenas
– valorização das identidades culturais indígenas
Um dos fatores:
– democratização da ordem política
– ampliação dos direitos de cidadania
– mobilização política das populações indígenas
Resposta da questão 7:
[B]
A Constituição de 1824 instituiu no Brasil o voto indireto (eleitores de paróquia elegem eleitores de província e estes elegem Deputados e Senadores) e o voto censitário (aquele baseado na renda mínima anual).
Resposta da questão 8:
[C]
Somente a proposição [C] está correta. O projeto da mandioca de 1823 não agradou o imperador D. Pedro I que, fechou a Assembleia Nacional Constituinte, e outorgou uma constituição muita centralizadora que dava muito poder ao imperador através do poder Moderador.
Resposta da questão 9:
[A]
Somente a proposição [A] está correta. O excerto da historiadora Emília Viotti da Costa sobre a independência do Brasil aponta que o ano de 1822 significou apenas o rompimento com o pacto colonial, porém a emancipação da nação deveria ser conquistada posteriormente. A vida dos homens pobres não mudou com a independência, manteve-se a escravidão e a dependência em relação ao capitalismo internacional, no caso a Inglaterra. A economia permaneceu agrária exportadora importando manufaturados ingleses e exportando matéria prima.
Resposta da questão 10:
[A]
O texto faz referência à Confederação do Equador, movimento rebelde promovido por algumas províncias do Nordeste brasileiro que surgiu após d. Pedro I fechar a Assembleia Nacional Constituinte, em 1823.
Resposta da questão 11:
[E]
Somente a alternativa [E] está correta. Em 1815 ocorreu na Europa o Congresso de Viena com o objetivo de retornar a velha ordem. Isso contribuiu para a ascensão do rei da França Carlos X, 1824-1830, implantar um regime similar ao velho absolutismo. No Brasil, no contexto do Primeiro Reinado, 1822-1831, D. Pedro I contribuiu para a solidificação de um regime monárquico caracterizado pela centralização do poder nas mãos do imperador através do Poder Moderador estabelecido na constituição de 1824. Em 1830, ocorreu um movimento na França que culminou com a derrubada do rei Carlos X e no Brasil intensificaram as críticas ao governo de Pedro I que, após a Noite das Garrafadas, abdicou ao trono em 1831.
Resposta da questão 12:
01 + 02 + 16 + 64 = 83.
A afirmativa [04] está incorreta porque os escravos participavam de todas as etapas da produção açucareira, à exceção do refino;
A afirmativa [08] está incorreta porque a homogeneização cultural dos africanos nunca foi plenamente alcançada no Brasil escravista;
A afirmativa [32] está incorreta porque apesar da existência de negociações por parte de alguns senhores, os castigos físicos de escravos eram, sim, comuns e constantes.
Resposta da questão 13:
[C]
O texto é bastante claro no aspecto da opinião da autora: nossa Independência, nos moldes em que ocorreu, e a adoção da Monarquia como forma de governo a partir dela, não provocou mudanças significativas na estrutura do país, além da autonomia política. Questões como a manutenção do privilégio econômico das elites agrárias e a continuidade da escravidão foram problemas que ficaram para as gerações futuras.
Resposta da questão 14:
[E]
Somente a alternativa [E] está correta. Haviam diversas atividades realizadas pelos escravos tanto no mundo rural quanto no urbano. Haviam os escravos de ganho e os escravos de aluguel. Havia uma diferença entre estas duas modalidades de escravidão. Escravo de ganho era obrigado a dar boa parte do que arrecada para seu dono, enquanto os escravos de aluguel eram alugados diretamente por seus senhores ou por intermédio de agências locadoras. Os escravos de ganho poderiam juntar algum dinheiro para comprar sua carta de manumissão ou alforria.