INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
1. (Uemg 2014) O excerto a seguir faz referência às tendências literárias que predominaram na segunda metade do século XIX.
“O liame que se estabelecia entre o autor romântico e o mundo estava afetado de uma série de mitos idealizantes: a natureza-mãe, a natureza-refúgio, o amor-fatalidade, a mulher-diva, o herói-prometeu, sem falar na aura que cingia alguns ídolos como a ‘Nação’, a ‘Pátria’, a ‘Tradição’, etc. O romântico não teme as demasias do sentimento nem os riscos da ênfase patriótica; nem falseia de propósito a realidade, como anacronicamente se poderia hoje inferir: é a sua forma mental que está saturada de projeções e identificações violentas, resultando-lhe natural a mitificação dos temas que escolhe. Ora, é esse complexo ideo-afetivo que vai cedendo a um processo de crítica na literatura dita ‘realista’. Há um esforço, por parte do escritor antirromântico, de acercar-se impessoalmente dos objetos, das pessoas. E uma sede de objetividade que responde aos métodos científicos cada vez mais exatos nas últimas décadas do século.”
(BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1994, p. 167.
Adaptado.)
Em A mão e a luva, estão presentes os seguintes elementos:
a) demasias do sentimento, descrição imparcial de objetos e personagens, convenções sociais.
b) mulher-diva, foco narrativo em 1ª pessoa, descrição idealizada do Rio de Janeiro.
c) falseamento proposital da realidade, mitificação do amor e da natureza, patriotismo.
d) sede de objetividade, identificações violentas, foco narrativo em 3ª pessoa.
2. (Ucs 2014) Assinale a alternativa correta quanto à representação histórica empreendida no romance Memorial de Aires, de Machado de Assis.
a) O autor situa sua narrativa entre a promulgação da Lei do Ventre Livre, em 1871, e a Abolição da Escravatura, em 1888, porém enfatiza a repercussão dos acontecimentos na vida de poucos personagens.
b) A Abolição da Escravatura no Brasil é louvada pelo Conselheiro Aires, eminente defensor da política abolicionista.
c) A narrativa atravessa todos os grandes acontecimentos políticos do final do século XIX, inclusive a Abolição da Escravatura, mas eles servem apenas de pano de fundo para a história do noivado da viúva Noronha.
d) Os escravos permanecem na fazenda da viúva Noronha por simpatia à proprietária, apesar de libertados da escravidão pela Lei Áurea.
e) Os escravos libertos tomam posse da fazenda da viúva Noronha assim que é assinada a Lei Áurea.
3. (Uneb 2014) I.Chegou no verão, em janeiro, quando soube que Geraldo cancelara o contrato de locação da casa, nos Barris. Primeiro, e logo que se deu a Geraldo como uma escrava, foi o Jardim da Piedade com a casa tão perto da igreja que acordava com o sino batendo forte todas as manhãs. O Campo Grande, a seguir, lugar de grandes árvores e muitos pássaros. Depois, o prédio magro de três andares na ruazinha da ladeira, no Rio Vermelho, onde permaneceria os últimos quinze anos ao lado do mar e de Geraldo. E dali, após vender os móveis para apurar um pouco mais de dinheiro, dali saiu enxotada para o Bângala.
FILHO, Adonias. O Largo da Palma. Novelas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981. p. 29.
II.No momento de ajoelhar aos pés do celebrante, e de pronunciar o voto perpétuo que a ligava ao destino do homem por ela escolhido, Aurélia, com o decoro que revestia seus menores gestos e movimentos, curvara a fronte, envolvendo-se pudicamente nas sombras diáfanas dos cândidos véus de noiva.
Malgrado seu, porém, o contentamento que lhe enchia o coração e estava a borbotar nos olhos cintilantes e nos lábios aljofrados de sorrisos, erigia-lhe aquela fronte gentil, cingida nesse instante por uma auréola de júbilo.
No altivo realce da cabeça e no enlevo das feições cuja formosura se toucava de lumes esplêndidos, estava-se debuxando a soberba expressão do triunfo, que exalta a mulher quando consegue a realidade de um desejo férvido e longamente ansiado.
ALENCAR, José de. Senhora: perfil de mulher. 2. ed. São Paulo: FTD, 1993. p. 73.
O texto II faz parte do romance Senhora, de José de Alencar, obra representativa do Romantismo no Brasil.
Comparando-o com o texto I, inserido na narrativa O Largo da Palma, sobre as figuras femininas em foco está correto o que se afirma na alternativa;
a) Os perfis de Aurélia e Eliane atendem ao gosto estético romântico.
b) Aurélia e Eliane são enfocadas como estereótipos da mulher presa a convenções sociais.
c) Aurélia e Eliane são personagens — cada uma em sua época — representativas de um ideal de mulher a ser atingido.
d) Os textos, embora se enquadrem em épocas literárias distintas, apresentam o ser feminino como vítima de um destino previamente traçado.
e) Aurélia é apresentada sob uma perspectiva de idealização; já Eliane é mostrada como uma mulher carente, que se frustra nas relações amorosas.
4. (Ita 2014) Em uma passagem do romance Lucíola, de José de Alencar, Lúcia e Paulo vão a uma praia em Niterói, local onde ela passou a infância. Podemos afirmar que esta cena
a) reforça a percepção de que, para o Romantismo, o amor não é possível no meio urbano, mas apenas no meio natural.
b) acentua a diferença entre a violência urbana e a paz que reina no meio natural.
c) mostra a praia como cenário perfeito para Lúcia contar a Paulo como foi obrigada a se prostituir.
d) faz Lúcia voltar a ser criança por um momento, revelando que, apesar de se prostituir, mantém o caráter puro e ingênuo.
e) é apenas um bom exemplo do gosto romântico pela natureza brasileira e pela cor local.
5. (Uneb 2014) […] Vinham vindo, com o trazer de comitiva.
Aí, paravam. A filha–a moça–tinha pegado a cantar, levantando os braços, a cantiga não vigorava certa, nem no tom nem no se-dizer das palavras–o nenhum. A moça punha os olhos no alto, que nem os santos e os espantados, vinha enfeitada de disparates, num aspecto de admiração. Assim com panos e papéis, de diversas cores, uma carapuça em cima dos espantados cabelos, e enfunada em tantas roupas ainda de mais misturas, tiras e faixas, dependuradas– virundangas: matéria de maluco. A velha só estava de preto, com um fichu preto, ela batia com a cabeça, nos docementes. Sem tanto que diferentes, elas se assemelhavam.
Soroco estava dando o braço a elas, uma de cada lado. Em mentira, parecia entrada em igreja, num casório. Era uma tristeza. Parecia enterro. Todos ficavam de parte, a chusma de gente não querendo afirmar as vistas, por causa daqueles trasmodos e despropósitos, de fazer risos, e por conta de Soroco–para não parecer pouco caso. Ele hoje estava calçado de botinas, e de paletó, com chapéu grande, botara sua roupa melhor, os maltrapos. E estava reportado e atalhado, humildoso. Todos diziam a ele seus respeitos, de dó. Ele espondia: – “Deus vos pague essa despesa…”
O que os outros diziam: que Soroco tinha tido muita paciência. Sendo que não ia sentir falta dessas transtornadas pobrezinhas, era até um alívio. […]
Tomara aquilo acabasse. O trem chegando, a máquina manobrando sozinha para vir pegar o carro. O trem apitou, e passou, se foi, o de sempre. […]
Ele se sacudiu, de um jeito arrebentado, desacontecido, e virou, pra ir-s’ embora. Estava voltando para casa, como se estivesse indo para longe, fora de conta.
Mas parou. Em tanto que se esquisitou, parecia que ia perder o de si, parar de ser. Assim num excesso de espírito, fora de sentido. E foi o que não se podia prevenir: quem ia fazer siso naquilo?. Num rompido — ele começou a cantar, alterando, forte, mas sozinho para si-e era a cantiga, mesma de desatino, que as duas tanto tinham cantado. Cantava continuando.
ROSA, João Guimarães. “Soroco sua mãe, sua filha”. Primeiras estórias. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olyimpio, s.d. p. 16-18. Guimarães Rosa, escritor inserido na chamada Geração de 45 — Modernismo Brasileiro —, apresenta uma obra de cunho universalista.
O texto comprova isso porque;
a) se trata de uma prosa poética.
b) revela o pitoresco de uma cidade interiorana.
c) é escrito numa linguagem rica em neologismos.
d) enfoca um tema de caráter intimista e ligado à condição humana.
e) evidencia um problema de ordem social que atinge os mais pobres.
6. (Uneb 2014) Comparando-se o personagem Soroco e o narrador Pedro do conto de Aleilton Fonseca, é correto afirmar:
a) Tanto Soroco quanto Pedro buscam preservar dentro de si as figuras dos entes queridos por diferentes meios: o primeiro, através do canto; o segundo, pela contemplação da estrela.
b) Soroco deixa-se guiar pelo preconceito da “chusma de gente”; já Pedro luta contra o preconceito dos colegas em relação a Estela.
c) Pedro, ao contrário de Soroco, mostra-se incapaz de compreender, sob qualquer perspectiva, a condição do ser louco.
d) Soroco e Pedro representam o segmento da sociedade que vê, de forma distorcida, a loucura.
e) Ambos procuram e conseguem afastar-se de uma realidade hostil.
7. (Ucs 2014) Guimarães Rosa e Clarice Lispector representam duas vertentes literárias diferentes da ficção brasileira do século XX. No entanto, seus estilos possuem pelo menos um traço em comum, que é;
a) a pesquisa linguística, representada pelo amplo uso de neologismos.
b) a utilização da língua portuguesa em sua variedade mais prestigiada, também chamada de língua padrão, com poucos desvios.
c) o aprofundamento psicológico das personagens, que se revela em questionamentos de ordem existencial.
d) a fixação de um vocabulário regionalista.
e) a predominância de personagens que partem do interior do Brasil e que não se adaptam ao cotidiano das grandes cidades.
8. (Udesc 2014) Assinale a alternativa incorreta em relação ao período da novela A hora da estrela, de Clarice Lispector : “Quando eu era mulher-dama já ia juntando meu dinheirinho, dando porcentagem à chefa, é claro.”
a) O vocábulo “mulher-dama” é um substantivo composto, e refere-se à madame Carlota; se pluralizado fica mulheres-damas.
b) O período é composto, formado por quatro orações, sendo que a segunda e a terceira orações são reduzidas do gerúndio, em relação à primeira oração que é a principal.
c) A palavra “já”, no período, indica uma circunstância de tempo.
d) O substantivo “dinheirinho” quanto à flexão de grau é diminutivo sintético, e o sufixo -inho está sendo usado para indicar valor afetivo.
e) A palavra “mulher-dama”, sintaticamente, é predicativo do sujeito, e “dando”, quanto à transitividade, é verbo transitivo direto e indireto.
9. (Upf 2014) Leia as seguintes afirmações sobre a obra Laços de família de Clarice Lispector.
I. O ponto de partida do conto “Amor” é a presença de uma personagem que não quer, de modo algum, escapar da sua mediocridade confortável.
II. No conto “A galinha”, o animal está prestes a ser devorado em um almoço de domingo, quando, de súbito, retoma o seu gosto selvagem de luta e foge.
III. O narrador, no conto “Feliz aniversário”, relata a imensa e sincera alegria dos parentes da velha aniversariante durante a comemoração dos seus oitenta e nove anos.
IV. No conto “A imitação da rosa”, a personagem procura com toda minúcia tornar à posição de esposa exemplar.
Está correto apenas o que se afirma em:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II, III e IV.
e) I, II e IV.
10. (Udesc 2014) Ele: – Pois é.
Ela: – Pois é o quê?
Ele: – Eu só disse pois é!
Ela: – Mas “pois é” o quê?
Ele: – Melhor mudar de conversa porque você não me entende.
Ela: – Entender o quê?
Ele: – Santa Virgem, Macabéa, vamos mudar de assunto e já!
Ela: – Falar então de quê?
Ele: – Por exemplo, de você.
Ela: – Eu?!
Ele: – Por que esse espanto? Você não é gente? Gente fala de gente.
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, p. 48.
Há três conceitos clássicos de discursos, estudados pela gramática tradicional, que designam três modos de reproduzir ou citar um ato de enunciação. O texto acima é constituído por apenas um tipo de discurso. Analise as proposições em relação a ele e aos tipos de discursos.
I. O discurso direto é a forma de citação do discurso em que o narrador indica o discurso do outro, e depois reproduz literalmente a fala dele.
II. O discurso direto é uma operação que confere ao discurso a vivacidade e naturalidade típicas da oralidade, pelos recursos das interjeições, exclamações, interrogações diretas e dos vocativos, entre outros elementos.
III. O discurso direto e o indireto são expedientes linguísticos para mostrar as diferentes vozes bem demarcadas no texto.
IV. As frases que, no discurso direto, têm a forma interrogativa ou imperativa convertem-se no discurso indireto, em orações declarativas, conforme “Ele: – Por que esse espanto? Você não é gente? Gente fala de gente” (linha 11): Ele perguntou por que o espanto, se ela não era gente, porque gente fala sobre gente.
V. Em uma mesma mensagem verbal pode-se reconhecer mais de uma função da linguagem, embora uma seja dominante. No diálogo entre Macabéa e Olímpio a função da linguagem predominante é a fática.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas III e V são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas I, II e V são verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
GABARITO:
Resposta da questão 1:
[A]
Considerando peculiaridades da obra machadiana em sua fase inicial, sabe-se que em A mão e a luva o autor evidencia as demasias do sentimento por intermédio de uma típica personagem romântica, Estêvão, assim como as convenções sociais, exemplificadas na necessidade de uma mulher se casar – mesmo que a escolha não esteja alicerçada nos sentimentos, mas em uma troca de interesses; finalmente, a descrição imparcial de objetos e personagens se dá por intermédio do foco narrativo em 3ª pessoa.
Vale ressaltar a escolha de Machado de Assis pela não-idealização de qualquer elemento da obra, traço que lhe é característico; do mesmo modo, a narrativa machadiana não se inclina ao polo oposto, aproximado ao Naturalismo. Ao contrário: o autor foi um crítico da exposição promovida por esse estilo literário.
Resposta da questão 2:
[D]
[A] Conselheiro Aires começa sua narrativa em janeiro de 1888, ano da abolição da escravatura.
[B] A abolição da escravatura não tem grande importância na narrativa em questão.
[C] A Abolição da Escravatura não serve de pano de fundo para a história do noivado de Fidélia.
[D] Correta. Os escravos recém-alforriados gostavam da proprietária e também não tinham para onde ir depois de libertados, optando por ficarem na fazenda, apesar de livres.
[E] Os escravos, mesmo libertos, optam por ficar na fazenda por gostarem da viúva Noronha.
Resposta da questão 3:
[E]
No texto II, Aurélia é apresentada de forma idealizada (“sombras diáfanas dos cândidos véus de noiva”, “fronte gentil”, “formosura se toucava de lumes esplêndidos”), conforme os preceitos da escola romântica a que pertenceu José de Alencar. Já no texto I, percebe-se a visão subjetiva de Eliane através das lembranças do passado reveladoras de carências e abandonos (“logo que se deu a Geraldo como uma escrava”, “dali saiu enxotada para o Bângala”), de acordo com as narrativas regionalistas de cunho universalista, típicas da terceira fase do Modernismo.
Resposta da questão 4:
[D]
[A] O amor romântico não só foi possível em um contexto urbano, como também, vale lembrar, o romance urbano foi um dos subgêneros mais populares das novelas românticas folhetinescas.
[B] A idealização do campo ou da natureza em contraponto com o mundo urbano não aparece dessa maneira em Lucíola. Neste caso, a natureza faz referência à infância da personagem.
[C] A beleza do local fez a personagem lembrar-se de coisas boas e felizes. Seu presente era uma mácula que contrastava, de certo modo, com a bela paisagem.
[D] CORRETA. Ao passear pela praia, Lúcia lembrou-se de sua inocência, de sua infância com sua família, quando todos ainda estavam saudáveis. Tal recordação fez com que se estabelecesse uma relação entre seu passado e o seu presente. No entanto, a lembrança de um passado ingênuo e infantil acaba por conferir-lhe um caráter de irremediável pureza. Mais um momento para a idealização da mulher amada, que pode vender o seu corpo, mas não seu coração.
[E] O gosto pela cor local ou pela paisagem brasileira faz parte das características dos romances regionalistas ou mesmo indianistas. Lucíola é um romance urbano.
Resposta da questão 5:
[D]
O conto apresenta personagens que revelam tanto suas particularidades regionais como sua dimensão universal, ou seja, tudo o que elas também têm em comum com o restante da humanidade: o sentido oculto da existência, o crescimento espiritual por meio de experiências do cotidiano, a vida como aprendizado, a sensibilidade extraordinária manifestando-se pela loucura e pela ingenuidade infantil, a vida como predestinação ou os limites entre bem e mal. Ou seja, enfoca um tema de caráter intimista e ligado à condição humana, como se afirma em [D].
Resposta da questão 6:
[A]
É possível perceber o sofrimento de Socorro e Pedro, o vazio dolorido sentido e a profunda solidão de alma pela perda dos entes queridos. A solidão só não é absoluta, porque o primeiro evoca a filha e mãe através do canto, e o segundo, a irmã na contemplação da estrela. Assim, é correta a alternativa [A].
Resposta da questão 7:
[C]
[A] A pesquisa linguística é uma característica mais ligada a Guimarães Rosa.
[B] Ambos os escritores transcrevem a fala dos personagens como ela é, sem atentar ao padrão culto da língua.
[C] Correta. Os personagens são complexos e o aprofundamento é psicológico, transcendendo para o questionamento existencial.
[D] Há certa fixação com um vocabulário regionalista quanto a Guimarães Rosa, não por parte de Clarice Lispector.
[E] Pode-se encontrar esta característica em Macabea, mas não é o tema central da escrita de Guimarães Rosa.
Resposta da questão 8:
[B]
[A] Mulher-dama é um substantivo composto formado por um substantivo e um adjetivo, sendo assim, as duas palavras variam de acordo com o número.
[B] Correta. Tem-se na primeira oração: Quando eu era (…) uma Oração Subordinada Adverbial Temporal e a Oração Principal é: já ia juntando meu dinheirinho.
[C] O advérbio já é um marcador de tempo, dá a ideia de imediatismo.
[D] O diminutivo dinheirinho expressa afetividade por um dinheiro extra, certamente, conseguido para complementação das despesas.
[E] Sintaticamente a expressão mulher-dama é um predicativo do sujeito. Aparece depois de um sujeito (eu) mais um verbo de ligação era. Já o verbo dar aparece com dupla predicação: transitivo direto do objeto porcentagem e indireto do objeto à chefa.
Resposta da questão 9:
[E]
[I] Correta. O conto Amor trata dos conflitos de uma mulher casada, dona de casa que se sente incomodada com a presença de um cego dentro do bonde. Este fato faz com que reflita um pouco sobre sua própria existência, embora no final acabe retomando de bom grado a sua velha rotina.
[II] Correta. No conto A galinha, a ave depois de espernear e tentar fugir, é salva por botar um ovo, o que faz com que o pai não mate o animal, ao menos naquele final de semana.
[III] Incorreta. No conto Feliz aniversário a história descreve a festa de uma senhora de 89 anos e a hipocrisia que há por trás de cada sorriso, de cada gesto dos filhos e netos, expondo, assim, as difíceis relações familiares.
[IV] Correta. A personagem Laura tenta deixar tudo em sua casa na mais perfeita ordem tanto por perfeccionismo quanto para diminuir os efeitos de seus problemas psicológicos e da consequente internação em um sanatório.
Resposta da questão 10:
[E]
[I] Verdadeira. No discurso direto, os personagens criam voz através de diálogos que marcam o tipo da fala de cada um e, com isso, indique o comportamento que define um personagem no texto. Portanto, neste tipo de discurso, as falas são reproduzidas fielmente, para conferir maior realismo ao diálogo.
[II] Verdadeira. O discurso direto introduz mais vivacidade por reproduzir fielmente a fala das personagens, e para isso, o autor utiliza das interjeições, dos vocativos, das interrogações, tudo para indicar maior realismo ao diálogo.
[III] Verdadeira. O discurso direto representa fielmente a fala através dos diálogos, aparecendo na narrativa sem intermediários. Enquanto no discurso indireto, um narrador conta a história, as tramas passam pelo crivo de sua interpretação, por isso indireto.
[IV] Verdadeira. A transposição do discurso direto para o indireto está correta. No discurso direto há o uso do travessão e o personagem fala de maneira bastante pessoal diretamente com seu antagonista: – Por que o espanto? Você não é gente?
Já no discurso indireto, há uma história sendo contada ou mediada por um narrador:
Ele perguntou por que o espanto, se ela não era gente, porque gente fala sobre gente.
[V] Verdadeira. A função de linguagem predominante é a fática, pois não há um assunto sendo conversado, há apenas aquela comunicação básica entre pessoas que pouco se conhecem, somente para estabelecer um contato ou para testar se o contato está sendo realmente efetivado.